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A lei da gravidade vale também para países e negócios

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Sem ajustes de percurso, a inevitável tendência é de queda. Quer conhecer como esta lógica está afetando a Alemanha, com consequências para a Europa?

A imagem que quase todos temos da Alemanha é de organização, perfeição, qualidade e confiabilidade. Seria quase como um país em piloto automático, onde ninguém precisava fazer nada para não balançar o avião. A realidade é um pouco diferente.

Uma jornada de trabalho com férias de uns 45 dias, 16 feriados (em algumas regiões) e mais 14 dias de “krankfeiern” (atestados médicos desnecessários) por ano, uma infraestrutura decadente, com baixos investimentos, uma mentalidade (e estrutura) jurássica de digitalização, só podia pagar seu preço em algum momento.

A conta chegou com a invasão da Ucrânia, em parte financiada pelos mais de 18 bilhões de euros que a Alemanha pagou por gás, carvão e petróleo para Putin desde ocomeço da Guerra. Este cenário é um resumo de um artigo da revista The Economist, somados aos meus cinco anos de surpresas negativas na Alemanha.

Antes que me acusem de xenófobo, esclareço que sou descendente de alemães, falo, leio e escrevo, além de ter morado lá. Vamos ver alguns fatos que comprovam esta visão.

– (Des) Governo Merkel: em 16 anos de mandato a Muti tomou três decisões desastrosas – pacote de salvação da Grécia, fechamento das usinas nucleares, abertura irresponsável das fronteiras para pseudo refugiados sírios (menos de 10% dos que entraram), com a famosa frase: “Wir schaffen das” (nós daremos um jeito). Uma outra decisão, que passou despercebida, foi sucatear as Forças Armadas.

– Dependência nas exportações: A exportação de máquinas e automóveis, além da concentração dos negócios na China, são uma enorme fraqueza em um momento de crise. A questionável mudança para automóveis elétricos, vai cobrar um alto preço para os desejados bólidos alemães. Quem precisa de um Porsche, Audi ou BMW com baterias feitas na China?

– Burocracia do papel: O nível de digitalização dos diversos órgãos governamentais é risível. A maioria das declarações de IR ainda é feita no papel, além de ter regras incompreensíveis para 99% da população. O país deve ser o maior consumidor decarimbos do planeta.

– Pirêmide demográgica: mais de 350 mil alemães se aposentam por ano, sem que sejam substituídos por jovens alemães ou imigrantes. O processo de migração (que poderia mitigar a situação) é um verdadeiro pesadelo, que mesmo após concluído, deixa o imigrante como um cidadão de segunda classe. A xenofobia é uma dura (ainda que disfarçada) realidade.

Como os humanos (e os alemães em especial) só saem da zona de conforto quando passam por alguma crise, pode ser que Putin tenha catalisado o início de uma necessária mudança alemã, mas eu não sou muito otimista quanto a isto.

Você conhecia este lado (não tão róseo) da Alemanha?

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