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EM PLENO SÉCULO XXI O ASSUNTO SEXO AINDA É UM TABU ENTRE PAIS E FILHOS?

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O assunto sexo ainda é tabu entre pais e filhos devido a uma série de razões, entretanto, quanto mais cedo os pais entenderem que sexo é uma parte integral da vida de uma família melhor, pois, através do diálogo franco e aberto, fica muito mais fácil auxiliar nossos pequenos curiosos a lidar com sua sexualidade, de maneira a encontrar respostas seguras para perguntas que surgirão ao longo dos anos de formação, ajudando-os a discernir limites entre o que é bom ou mal, e, principalmente, derrubando mitos ou falsidades para se ter uma vida muito mais saudável e feliz.

Entendendo que a sexualidade é parte natural do ser humano

A grande maioria dos pais e mães não sabe que a educação sexual é efetivamente iniciada no dia do nascimento do bebê. Até seu primeiro ano, ele/ela, através dos sentidos, reconhece e percebe instintivamente as diferenças, até anatômicas, entre o pai e a mãe. Nesta fase, os bebês ainda são incapazes de fazer julgamentos morais.

Mesmo assim, é comum pais e mães terem sérias dúvidas quanto a moralidade de andarem nus ou tomarem banho com seus filhos. Mesmo assim, se um pai ou mãe não se sentir confortável andando nu na frente de sua filha ou filho de tenra idade, ele/ela não deve se forçar a fazer isso, pois, inconscientemente poderá passar uma imagem contraditória. Por exemplo, um pai que reage abruptamente ao ser tocado no pênis por seu bebê de um ano de idade estará passando para ele/ela uma reação negativa ao seu órgão sexual.

Da curiosidade a compreensão da sexualidade

Do primeiro para o segundo ano de vida do bebê, se inicia a fase da cognição básica, isso é, ele/ela percebe claramente a diferença entre a mãe e o pai e o seu papel naquela “mini sociedade” que institui a família, e isso é reforçado até pela escolha de brinquedos e vestuário que é feita pelos pais.

Ocorre também uma curiosidade natural em relação ao corpo da mãe e do pai, e não é de se estranhar caso esse pequeno ser queira tocar em partes do corpo dos pais por pura curiosidade. Reforço que o ideal é reagir da forma mais natural, honesta e correta possível.

Dos três aos cinco anos de idade, esta cognição se aprofunda quanto à percepção anatômica, mas, principalmente em termos comportamentais e na escolha de brincadeiras. No entanto, devido ao acesso que as crianças atualmente possuem em termos dos meios de comunicação, como a televisão, internet e revistas, é comum as crianças serem submetidas a informações de baixa qualidade ou crueza.

Em culturas onde o cuidado com o conteúdo assistido por crianças não é levado muito a sério, o acesso a questão da sexualidade é muito mais disponibilizado, sendo muito comum cenas de beijos, excessivamente ardentes, nas novelas das 6 da tarde, o que pode causar confusão para as crianças que não tiverem pais aptos, abertos ou presentes para dialogar e orientar positivamente. É nesta idade que eles costumam perguntar de onde nascem bebês ou como foi que aquele bebê entrou na barriga da titia? Devemos mentir, contar que foi uma cegonha que os trouxe ou que a titia engoliu uma semente e o bebê germinou? Será que já não basta os pais serem literalmente obrigados a sustentarem uma mentira coletiva em relação ao Papai Noel, o Coelho da Páscoa e a Fada do Dente? Que tipo de modelo de comportamento os pais estão passando para os filhos quando faltam com a verdade? Clube do Bolinha e da Luluzinha A partir dos cinco anos, meninos e meninas já possuem uma compreensão clara a respeito de suas diferenças físicas, inclusive se agrupando – o tal do Clube do Bolinha ou da Luluzinha! A curiosidade sexual já está muito mais aflorada nesta idade, já entraram na fase genital que compreende a descoberta da sensualidade, de se tocar, explorar o corpo, do “troca-troca”, da fantasia, até do pecado, e é precisamente nesta fase que é muito importante auxilia-los a passarem por ela com tranquilidade e equilíbrio.

Mais importante ainda, é deixar claro que tudo que estão passando e sentindo fisicamente é perfeitamente normal. A questão da masturbação deve ser esclarecida, explicando que menos é melhor para o corpo, pois o excessivo aumento de interesse ou atividade sexual nesta idade é um claro indicador de ansiedade, ou de alguma dificuldade que a criança possa estar tendo para lidar com as pressões do seu dia a dia, e se esse for o caso, essa é uma boa oportunidade para conversar e ver o que está acontecendo.

A verdade gera o equilíbrio e a confiança em tudo que é bom, belo e verdadeiro. E isso deve ser incentivado desde o início. Continuar a fomentar mitos e tabus é viver na ignorância, na idade da escuridão que só gera mais ignorância, desequilíbrio e confusão emocional.

Adolescência A partir dos nove anos ou na pré-adolescência, podemos dizer que a compreensão de que existem outros aspectos comportamentais sexuais na sociedade, como o homossexualismo, já é mais clara.

Além do mais, há um aumento significativo em relação a curiosidade sexual onde a internet é o instrumento de preferência desses aventureiros. Sites de pornografia de todos os tipos imaginários não ajudam os pais a responderem perguntas difíceis como, “por que tem gente que gosta de ser chicoteado”, “por que têm mulheres que gostam de se vestir de enfermeiras”, ou, “o que é aquele negócio que vibra no fundo da sua gaveta? ”, questões ainda mais difíceis de responder se o adulto se colocar no papel de onipotente dono da verdade. Que tal perguntar a eles o que eles acham, de abrir uma pauta para discutir o que é isso que existe na sociedade e juntos chegarem “nos por quês”?

Acredito que todos ficarão surpresos com os resultados positivos de uma abertura verdadeira e real das questões sexuais com os filhos desde a mais tenra idade, pois esta atitude abre portas de comunicação que serão vitais para o futuro de muitos de nossos filhos, ajudando-os a tomar decisões boas para suas vidas, transformando-os em jovens adultos responsáveis e felizes.

Esta possibilidade de diálogo não é só relacionada a questões sexuais, mas também a questões de drogas, álcool, baladas e outros dilemas e dificuldades que nossos filhos possam vir a encontrar estrada abaixo ou acima.

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