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Catadores e Catadoras. Vale destacar
Por Tião Nicomedes de Oliveira
Uma data muito especial, que me ativa #memórias. Acontece que eu cresci num quintal de ferro velho. Naqueles tempos não se dizia catador, era #ferrovelho, #lixeiro. #garimpeiro. Pra todo mundo.
O meu pai era o famoso Dionizio Ferro Velho e a minha mãe Vitalina do Pilão de Vidro. Vou contar…
Meu pai comprava, vendia e ajuntava materiais recicláveis. Empreitava limpeza de quintais, recolhia, também, litros, garrafas. Ele tinha em casa um pilão de socar vidro. Naquela época, o vidro moído era utilizado em mosaicos de paredes. Era moda.
Enquanto meu pai rodava a cidade catando, em casa a nossa mãe, moia vidro. Nossa família era grande, entre adultos e crianças. E nossos pais faziam do ferro velho o sustento da família.
Eles se foram dessa vida
Quando eu ainda era pequeno, e o tempo passou nas reviravoltas da vida, calhou de, um dia, eu vir parar nas ruas de #SãoPaulo. Tornei- me #pessoaemsituaçãoderua da #capital. Morador de calçada.
E qual foi minha primeira alternativa de renda? Carroceiro.
Capricho do destino tornar-me um dos fundadores do #MNPR, o Movimento Nacional da População de Rua. Ele foi lançado justamente durante a realização do #FestivaldeLixoeCidadania, em 2005, em #BeloHorizonte e organizado pela #Asmare e o #MNCR.
Sim, já existia o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, principal aliado para o surgimento do MNPR. São. movimentos co-irmãos. Isso explica a substituição dos termos lixeiros para #catadores.
Hoje, dizer-se catador virou moda. Logo, os tradicionais Ferros Velhos deram lugar às #Cooperativas. Fruto da luta dos catadores avulsos que, uma vez organizados, lutam por reconhecimento e direitos.
Ah, mas a vida tinha mais surpresas
Quando um metalúrgico chegou à #PresidênciadaRepública ele abraçou a causa. E, quem poderia imaginar, um dia, o presidente do #Brasil receber no #PaláciodoPlanalto, em #Brasília o MNCR e o MNPR. No dia 23 de dezembro de 2009 a #PolíticaNacionalparaaPopulaçãoemSituaçãodeRua (PNPSR) foi instituída pelo Decreto No 7.053.
Também, reuniu um comitê interministerial para construir a #PoliticaNacionaldosResíduosSólidos. Em 2010, Lula assinou o decreto que criou a Politica Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei No 12.305/10). , a #PoliticaNacionaldaPopulaçãoderua.
Com o termo Catador formalizado os trabalhadores que vivem da reciclagem encontraram respaldo da sociedade. São #Artistas. #Ativistas preocupados em salvar o planeta.
Em pauta: Mudanças Climáticas e as Marchas do Clima. Surgem fóruns, assembleias até na #ONU, #G20, #G8. Autoridades do mundo inteiro iniciam os debates sobre as questões.
Os temas em foco da atualidade: #LogísticaReversa, #CréditosdeCarbono entre outros. Tudo abrange a reciclagem.
Mas, no mundo moderno a desqualificação profissional encontra um desacelerador: a #Covid-19. A #pandemia do #coronavirus faz acentuar o desemprego e a desigualdade.
Hoje, famílias inteiras estão morando nas ruas, sobrevivendo das doações. Boa parte elas vivendo da coleta seletiva.
Sim, no Brasil, nas grandes, médias e pequenas cidades, pessoas vivem nas praças, moram em calçadas e, para tantos outros a carroça virou a própria casa. É o deposito ferro velho. É associada das cooperativas.
E, agora, em 2022 , a invasão da Rússia na Ucrânia, #Otan e #ONU pensando intervenções, impondo sanções. Mal deixamos o #isolamentosocial e nos deparamos com o risco da #3a.GuerraMundial e sob a ameaça do uso de bombas nuclear.
Será que sobreviveremos? Outra vez ?
Com certeza teremos aumento da #inflação, queda das #BolsasdeValores, diminuição do dinheiro e renda nos países emergentes e mais Desemprego.
O emprego do futuro #pósguerra, sem dúvida, será o de Catadores.
Com o planeta todo a reciclar.
Sebastião Nicomedes de Oliveira é Digital Influencer, empreendedor, criador do projeto #AtravésdaPet – arte em recicláveis. “Poeta das ruas”, autor da peça teatral Diário de um Carroceiro e do livro As Marvadas é artista popular. Catador, integra o MIPR (Movimento Internacional de População em Situação de Rua).
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