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Quatro histórias que provam que as mães podem tudo e são, eternamente, nossos maiores símbolos de amor LUCIANA BRUNCA
Elas representam amor incondicional, proteção, carinho e confiança. Seja nos momentos de alegria ou de dor, de felicidade ou de tristeza, de fracasso ou de sucesso, sempre buscamos o seu colo e o reconhecimento de que estamos no caminho certo. Alertas, atentas a tudo e dispostas a nos ensinar como enfrentarmos os nossos medos, as nossas inseguranças, e nos tornarmos seres humanos melhores, elas têm sempre a palavra certa na ponta da língua. Sua simples presença faz com que todos os problemas do mundo desapareçam, mesmo que por alguns instantes, e nos ajuda a enxergar “a luz no fim do túnel”.
Além de nos carregarem no ventre durante nove meses, as mães nos acompanham em todos os nossos passos, sempre mostrando disposição e apoio. Elas geralmente não gostam muito de serem comparadas aos super-heróis e não acreditam que têm superpoderes, mas são, sim, nossas heroínas.
E, para homenagear essas mulheres tão importantes na vida de todos nós, no mês delas, a Revista Nova Família traz as histórias de quatro mães com diferentes profissões, sonhos e trajetórias. Entre as experiências positivas e negativas que a vida colocou no caminho de cada uma, elas encontraram uma forma de conciliar trabalho, casa, marido, saúde, amizades e, claro, os filhos. Histórias de superação, vitórias, alegrias e conquistas – sempre alicerçadas no amor incondicional.
MÃE LANÇA LIVRO AOS 93 ANOS
EUNICE APRESENTA AO MUNDO SEU LIVRO DE POESIAS
Nascida em Belo Horizonte, no bairro Lagoinha, no dia 30 de agosto de 1919, a compositora, poetisa e mãe de nove filhos, entre eles o cantor Antônio Marcos, Eunice Barbosa da Silva é um exemplo de que tudo pode ser realizado, desde que exista esforço, determinação e fé. “Fui mãe pela primeira vez aos 17 anos e o nascimento de cada filho marcou minha vida, me inspirando sempre mais”, comenta.
Compositora de sucesso, com canções gravadas por grandes artistas, como Roberto Carlos, Fábio Jr, o filho Antônio Marcos, Jessé, Gilliard, Roberto Leal, entre outros, Eunice deixou uma de suas grandes obras – agora literária – na gaveta por anos, até, enfim, ir para o mundo: o seu livro de poesias, Herança, foi publicado em novembro de 2013. “Sou grata a Deus pela inspiração, que me leva a manifestar minha forma de ver o mundo por meio da poesia e como compositora”, diz. E, para celebrar o mês das mães, a poetisa e compositora também se define como mãe: “No papel de mãe, temos que respeitar o roteiro de cada filho”, diz.
MUDANÇA DE PROFISSÃO E MAIS TEMPO COM AS FILHAS
ELAINE APOSTA EM NOVA CARREIRA E TRANSFORMA SUA VIDA
O nascimento da segunda filha mudou a vida da empresária Elaine Cerqueira, 39 anos. Para ter mais tempo para as duas meninas, Elaine mudou de carreira e criou a Mommys – uma rede em que mães podem produzir artesanato ou soluções que facilitam o dia a dia e fazer compras. Além disso, a empresária orienta outras mães que também anseiam por uma mudança significativa. “Dessa maneira, trabalho em casa e consigo conciliar a rotina profissional com as tarefas diárias e o cuidado com as minhas filhas. Foi o formato ideal que encontrei para mim”, afirma. Elaine ressalta que a orientação e o diálogo são as chaves para educar os filhos no mundo atual e para que saibam lidar no futuro com os problemas e desafios que irão surgir. “Ainda estou aprendendo todos os dias a lidar com as minhas filhas e acho que vai ser eternamente assim. A gente sempre pode evoluir em tudo e educar nossas crianças será sempre um novo aprendizado. A chegada da minha segunda filha foi uma lição, pois muitas coisas que deram certo com a primeira não funcionaram com ela, ou seja, é tudo novo e outras questões surgem.
MÃE SE DIVIDE ENTRE A CARREIRA E OS CUIDADOS COM FILHO AUTISTA
FABIANA ADAPTOU A SUA ROTINA ÀS NECESSIDADES DO GAROTO
A chef pâtissier Fabiana Domingues Paes, 37 anos, comanda diariamente uma cozinha industrial e produz pães artesanais, bolos e doces. Ela morou 12 anos nos Estados Unidos, há três voltou para o Brasil e teve um filho. “Meu dia a dia é dividido entre meu filho e meu trabalho. As manhãs são dedicadas a ele e todas as atividades que precisa realizar e, à tarde, quando ele está na escola, vou para a cozinha”, conta.
Quando o garoto tinha um ano e meio, Fabiana e o marido foram surpreendidos com a notícia de que ele era autista. “O diagnóstico foi um choque para todos nós. A princípio ficamos um pouco perdidos, buscamos orientação com especialistas e lemos muito sobre o assunto. Hoje, com três anos e meio, ele não fala quase nada, mas temos observado uma evolução gradual, às vezes lenta, porém sempre crescente, durante todo este tempo de estímulos. Percebemos que, embora não fale ainda, ele tem uma compreensão real da maioria das coisas”, conta.
Quando pensa no futuro do filho, Fabiana diz ficar apreensiva. “Sempre penso em bullying, na dificuldade que ele talvez tenha em se defender. Tememos que ele possa não ser aceito, que seja discriminado por fugir dos padrões do que é considerado normal. Mãe é sempre preocupada, mas o amor, afeto e carinho que dou e recebo do meu filho compensam qualquer problema. É um sentimento que não tem explicação”, diz, emocionada.
“Mãe é sempre preocupada, mas o amor, afeto e carinho que dou e recebo do meu filho compensam qualquer problema. É um sentimento que não tem explicação”
EXPERIÊNCIA VIVIDA COM OUTRAS FAMÍLIAS
CLÁUDIA LANÇA UM LIVRO EM QUE COMPARTILHA A SUA HISTÓRIA
“O meu dia a dia é um malabarismo, igual ao de tantas outras mulheres. Corro bem cedo para fazer academia, depois vou ao trabalho, tenho compromissos diversos e, hoje, com meus filhos maiores, uso a tecnologia para estarmos em contato o dia todo”, conta a gerente de marketing e comunicação de uma multinacional, Cláudia Campos, 50 anos. Entretanto, antes de chegar a esse equilíbrio, Cláudia precisou dar um basta na rotina corrida por conta de um problema muito mais urgente: sua filha foi diagnosticada com Síndrome do Pânico. “Não foi nada fácil. Hoje, se alguém me conta um problema similar, já recomendo de imediato que vá a um bom psiquiatra e procure um terapeuta de qualidade. Muitas vezes, por ignorância, retardamos um processo de tratamento importante”, diz. O desafio que a vida impôs a Cláudia despertou outro sentimento – o de ajudar as pessoas que enfrentam os seus próprios problemas compartilhando a própria experiência – e ela escreveu o livro Não Sou Mulher Maravilha, em que conta a sua história. “Muitas vezes nos deprimimos, fazemos papel de vítima, achando que somos a única pessoa da face da Terra a ter alguém doente em casa, conta bancária no vermelho, filho que ficou de recuperação, vontade de se cuidar e não ter tempo, enfim, desafios de um mundo moderno que não são exclusivos de ninguém. Percebi, então, que poderia ajudar outras pessoas compartilhando o que vivi. Fui incentivada pelos meus filhos e amigos”, conta. “A correria é grande, mas a satisfação e o amor recebido valem a pena”, finaliza Cláudia.
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