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Por Rita Fernandes
Nas cortinas descortinadas dos meus atos encobertos
Cobertos de sentimentos ou atos concretos
Por não ter quem de mim possa ser
O meu ver, o meu perceber
Alguém para compreender o que quero dizer
Na forma de devaneios prossigo
Num percurso indecifrável
Num tom quieto, quase inaudível
Chamo teu nome pronunciando o meu
E neste percurso de ser quem sou
Busco num amor o amor
Que me busque de jeito
Mesmo do jeito sem jeito
Pra me encontrar no teu jeito, me ajeito
A alma que me envolve sou eu
Na busca invisível de você
Na viagem da vida e nas estradas da verdade
Busco em mim um pouco de ti
O encontrar-te é apenas um detalhe do tempo
Do que já decidido está
E nesta viagem de almas
Nos desencontros, te encontro
Na liberdade desta busca
A minha alma viajada
Encontrará descanso no teu cansaço
Porque sei que à procura de mim tu estás
Tua alma faminta e cansada da procura por mim
Me encontra de maneira inesperada
Quando de tanto me procurares de exausto ficaste
E no momento mais exausto de ti, me viste
Neste encontro de abraços, de braços nos braços
Podemos dizer numa só palavra ainda que não falada
Quando apenas os olhos expressam em lágrimas
O que só o coração sabe expressar
E, exaustos da procura um do outro
Nos debruçamos dentro de cada um
Só para na voz cansada podermos dizer:
Terminamos a viagem , te encontrei em nós!
Rita Fernandes é mestre em Filosofia, graduada em direito. Escritora pernambucana, consultora, palestrante. Colunista da Revista Nova Família
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