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Por: Adriana da Silva
As baterias de íons de lítio revolucionaram a indústria de aparelhos eletrônicos
As baterias de íons de lítio revolucionaram a indústria de aparelhos eletrônicos. Elas são pequenas, têm uma vida útil razoável e não ficam “viciadas” como as irmãs mais velhas, como as de níquel-cádmio. Mas o aumento da demanda requer células energéticas mais eficientes, baratas e fáceis de encontrar na naturez — e é aí que entram as baterias de cálcio.
Cientistas da Universidade de Tohoku, no Japão, criaram um novo eletrólito de cálcio livre de flúor capaz de produzir baterias recarregáveis à base de cálcio, que podem ser mais sustentáveis e seguras do que os modelos atuais feitos de lítio.
Segundo os pesquisadores, o novo material foi obtido ao se coordenar a estrutura do cátion de cálcio com um ânion mais fraco, além da utilização de outros solventes. Os resultados mostraram um desempenho eletroquímico melhor, com alta condutividade e estabilidade.
Cálcio x Lítio
As baterias feitas atualmente com íons de lítio possuem algumas desvantagens em relação ao cálcio. Uma delas é a escassez já que o lítio não é um elemento químico abundante na natureza. O cálcio, por sua vez, é o quinto figurante da tabela periódica que mais aparece na crosta terrestre.
Além disso, o ânodo de metal das baterias de cálcio tem baixo potencial de redução (-2,87 volts) e uma capacidade volumétrica de 2.072 mAh por centímetro cúbico. Traduzindo, as baterias de cálcio podem ser mais econômicas e ter um desempenho melhor do que as baterias feitas com íons de lítio.
Em uma bateria de lítio convencional, os íons fluem do cátodo para o ânodo e este fluxo fornece energia para nossos aparelhos, como telefones celulares e tablets. Quando colocamos o smartphone para carregar, o fluxo é invertido. Nas baterias feitas à base de cálcio, o processo é parecido, porém mais eficaz, e essa diferença de eficiência ocorre principalmente por causa da propriedades químicas do cálcio — ele conduz melhor a eletricidade que sai da tomada.
Já é possível trocar?
Usando os eletrólitos disponíveis até agora, era impossível carregar baterias de cálcio em temperatura ambiente. A equipe liderada pelos professores Kazuaki Kisu e Shin-ichi Orimo utilizou o ânion de um cluster de hidrogênio com alta estabilidade redutiva e oxidativa que obteve resultados muito melhores comparados aos ânodos de metal, sódio e magnésio.
para a criação de uma bateria cálcio”, disse o professor Kisu.
O material resultante dessa união com o hidrogênio conduz íons com eficiência em uma tensão mais alta do que outros eletrólitos sozinhos à base de cálcio. Segundo os pesquisadores, isso facilitará a fabricação dos primeiros protótipos de baterias de cálcio em um futuro próximo.
“A descoberta dos eletrólitos de cálcio é apenas o primeiro passo. Esperamos que o desenvolvimento dessa tecnologia crie oportunidades para a fabricação em massa de baterias mais eficientes com baixo custo econômico e ambiental”, afirmou o professor Kisu.
A era das baterias de íons de lítio está no fim? Ainda não, mas os cientistas não querem esperar que a matéria-prima acabe para começar a busca por um substituto à altura, seja ele qual for.
Informações: CanalTech
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