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Por Carlos Monteiro

O Rio amanheceu cantante, um certo espírito desafiador pairava no zéfiro. Desconfio que eram #JacksondoPandeiro e #Emilinha numa desgarrada. Um duelo musical em que, Jack e seu pandeiro, apontava um mascar de canto de boca, um chiclete com banana e gritava: A, E, I, O, U, Y (pissilone). Acabou sendo retrucado, veementemente, pela “Garota Grau Dez Favorita da Marinha”: “a Chiquita é bacana e se veste com casca de banana sim, e daí?”.
Existencialista como o Sol de um, quase verão. A confusão acabou com a chegada de Dalva: “Bandeira Branca…!”, afinal, branca é a tez da manhã. Com certeza o limbo está em festa, é o samba-rock meu irmão. O Sol anda ousado, numa dança sensual, quase erótica, serpenteia pelas costas de Íbis, beija-a, afaga-a, carinha-a, adoça-a. O(n)de há açúcar, há afeto.
Tem vindo boêmio, dandy, flâneur como no poema:
Du temps que la Nature en sa verve puissante/Concevait chaque jour des enfants monstrueux,/Dormir nonchalamment à l’ombre de ses seins,/Comme un hameau paisible au pied d’une montagne
Baudelaire
Anda encantador nos últimos dias, ainda colorindo corpos. Alguns dias, tem sido pura timidez…; clareia e ‘pasqualiza’! A passarada é quem está meio ausente; parecem ter ido cantar em outras freguesias. A Lua vivencia um crescer, infla pouco a pouco, tem se mostrado bela, faceira. Venta, ventania matinal. Uivos por entres as entranhas da Nikon.
Nos meus fones, Saudades, poeta!
Salve o Rio de Janeiro
Foi ali que um milagre aconteceu
Fez nascer generosa natureza
Rara beleza
Cidade que é maravilhosa
Esplendorosa
Francis Hime
Vejo-te da janela, enquadrada, emoldurada, destacada. Vejo-te com emoção, maravilhosa, vejo-te Sol, acolho-te Lua. Canto-te em verso, quem sabe, em prosa. Falo contigo. Tu me ouves, me respondes, revida meu amor por ti. Ah cidade amor, oh musa escancarada em luz, oh Ria, ria, rio, Rio. Serás janeiro? Serás leal? Serás sorriso? Será admirável?
Serás Rio de Janeiro a janeiro? Serás fiel?
Quem não sabe povoar sua solidão
também não saberá ficar sozinho em meio a uma multidão
Baudelare
As águas de março sempre fecham o verão. Que sejam sempre, todos, bons-dias! Sempre bons-Rios (apesar de tudo)!




Carlos Monteiro é jornalista e fotógrafo
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