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Colunistas em coletiva

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Neste #DiaInternacionaldaMulher as #Colunistas da #RevistaNovaFamília dão o recado

Por Redação

Ilustração @OnézioCruz (Exclusiva)

Para celebrar o dia de hoje, #8demarço, uma data de luta marcada por conquistas históricas e, muito lentamente, reconhecimento do papel das #mulheres na sociedade, convidamos as nossas colunistas para responderem quatro perguntas que, acreditamos, são testemunhos de vivências femininas, profissional e pessoal. Mulheres que informam e agem para fazer do #Brasil – e o mundo – um lugar mais equânime e bom para se viver.

A cada resposta uma memória, vivências particulares e coletivas que tornaram de cada uma delas pessoas tão importantes. Mulheres que transpiram, inspiram e transformam realidades por onde passam e atuam.

A mulher precisa e pode alcançar a plenitude em todas as áreas: pessoal, profissional, sexual.

Beatriz Herkenhoff

Revista Nova Família: Como você contribui, na sua prática diária, para a difusão de informações voltadas para as mulheres na sua área de atuação/comunidade?

Adriana do Amaral: Como jornalista, pesquisadora acadêmica, cidadã e principalmente mãe, busco a escuta atenta. Ouvir relatos de mulheres e homens com o objetivo de difundir informações voltadas à prática do direito à informação de qualidade e dos #DireitosdaPessoaHumana.

Beatriz Herkenhoff: Para que elas acreditem no seu potencial e possam ir à luta, com capacidade de resistir e desejar ir sempre além. Nos anos 1970/ 80/ 90, participei de militância nas periferias, com formação de associação de moradores e depois com assessoria aos movimentos sociais e populares, quando convivi com mulheres simples, trabalhadoras e pude ver o despertar das mulheres. Como professora da universidade contribui na formação de assistentes sociais, na maioria mulheres, direcionando para a leitura critica da nossa realidade e construção de formas e estratégias de enfrentamento para a construção de um mundo mais justo. Cronista, as minhas reflexões e experiências tocam na questão do feminino e da mulher em todas as áreas.

Gisele Maier: Amo escrever, e escrevo de coração. Falo de experiências reais. Talvez isso possa motivar outras mulheres a se expressarem também.

Lelah Monteiro: Eu contribuo com um quadro na #RádioCapital, toda a quarta-feira, as 15h, num programa que eu faço com todo o coração. Não recebo nada por ele, é uma prestação de serviço. Também fui voluntária em muitos lugares, como no #HospitalPérolaByington, #CasadosAdolescentes, palestrante para várias instituições. Além disso, uma parte dos meus atendimentos são de uma forma social, como psicoterapeuta.

Lilian Schiavo: Sendo voluntária em várias organizações de mulheres onde criamos laços comerciais e de amizade, com sororidade e solidariedade, conectando mulheres no mundo através de palestras, rodadas de negócios presenciais e virtuais, formação de comitês para integrar em delegações, capacitação e acima de tudo através de exemplos, ações e atitudes diárias.

Madalena Marques: Nos atendimentos, questionando e fazendo questionamentos que levem as pacientes a refletirem sobre a realidade que elas estão trazendo para mim. Não é muito frequente, mas já aconteceu de relatarem um caso de abuso, agressão física etc.. Uma realidade dura. O meu papel é fazer as perguntas que ajudem a mulher ter a consciência de que aquilo não e normal, é uma agressão, e que só a partir dessa consciência ela conseguirá reagir, dar um passo a frente e tomar as rédeas da própria vida.

Rita Fernandes: Como sou advogada da área de Direito de Família e posteriormente Direito Previdenciário, tenho muitas histórias dentro da área junto as mulheres. Representei algumas diante de um divórcio conturbado e por vezes ameaçador; representei mães para terem o direito de estarem com a guarda de seus filhos e na área previdenciária tenho atendido mulheres em busca de um benefício, pensão por morte e aposentadoria. Pessoalmente, como pastoral em empo voluntária, pois não cuido de uma Igreja Física, tenho ajudado famílias com aconselhamento pastoral e estudo da Palavra de Deus.

É muito fácil e bonito falar, mas a gente precisa viver aquilo que a gente prega e fala.

Lilian Schiavo

RNV. Em sua opinião, qual o principal preconceito/estereótipo/ desafio a ser vencido pelas mulheres, atualmente?

Adriana do Amaral: O maior preconceito e discriminação ainda persiste na prática política feminina, no Brasil; o estereótipo a ser vencido está relacionado à estética, rotulando padrões irreais de beleza e o maior desafio, na minha opinião, é promover a prática da sororidade entre as mulheres e combater ao #machismoestrutural.

Beatriz Herkenhoff: As mulheres ainda ganham salário diferenciado e têm dupla jornada de trabalho. Felizmente, as gerações mais jovens começam a partilhar tarefas comuns, mas muitas mulheres são mães solo e tem e de dar conta do trabalho, educação dos filhos e ainda vítimas de preconceito. Existe um longo caminho pela frente, principalmente se pensarmos o feminicidio ou nas mulheres presas em casa por ciúme e que vivem agressões físicas e psíquicas

Gisele Maier: De que elas não podem atuar em atividades que só os homens fazem. Quando o meu marido estava vivo, eu o ajuda muitas vezes em trabalhos de manutenção e instalação elétrica. Considerada uma atividade masculina.

Madalena Marques: Cada uma, em cada país e cada realidade cultural deve ter o principal desafio a ser vencido. O que passa pela fala masculina da incapacidade, fragilidade e dependência econômica e tradições relacionadas ao universo feminino. Durante muito tempos nós, mulheres, escutávamos caladas, mas hoje eu tenho consciência da minha responsabilidade de ser mulher e exercitei-a na educação do meu filho. É difícil romper com a fala masculina, histórica.

Lelah Monteiro: Isso vai de encontro com a área que eu atuo, a psicologia clínica. É trazer para essa mulher mais autonomia psíquica, quebrando paradigmas e preconceitos, onde ela pode escolher continuar nessa relação ou não, tocar o seu corpo, possa escolher mudar a sua rota.

Lilian Schiavo: Um grande desafio é fazer com que as mulheres acreditam em si mesmas, que elas tenham coragem de ser tratadas como gente, consigam derrubar os pisos escorregadios, os tetos de vidro e todos esses obstáculos que a gente já conhece. A síndrome da imposta e que a gente possa falar, ser ouvida e não ser interrompido durante uma fala.

Rita Fernandes: Respeito aos nossos valores como pessoa, respeito como profissional. Um casal poderia até viver sem o amor tão sonhado e perseguido, mas sem respeito nenhum relacionamento sobrevive!

Quando a nossa mãe fala:

vá lavar a louca e você responde:

mas o meu irmão está jogando bola

E ela responde:

ele é menino

Isso é um assédio

Madalena Marques

RNF. Você já sofreu ou presenciou algum tipo de assédio contra uma mulher? Caso afirmativo, como a vítima ou você reagiram?

Adriana do Amaral: Já sofri assédio no trabalho, mais de uma vez, e presenciei agressões contra colegas, amiga, conhecidas e desconhecidas. Pessoalmente, denunciei, reagi, mas nem sempre fui ouvida. Ao ouvir relatos de outras mulheres, em primeiro lugar a abracei e sinalizei que a culpa não era dela. Deixei claro que ela foi a vítima, depois ajudei-a se fortalecer.

Beatriz Herkenhoff: Indiretamente, conheci uma pessoa que o marido maltrata, amiga de uma amiga minha. Ela é vítima e violência. Eu a orientei para denunciar à delegacia da mulher. É uma situação difícil, que gera recaídas, muita dor.

Gisele Maier: Há um tempo atrás um estrangeiro me contatou e me assediou se dizendo médico americano no Afeganistão. Na verdade, se tratava de um nigeriano, que queria me extorquir, achando que eu fosse “rica”. Bloqueei o meliante

Lelah Monteiro: Como sexóloga eu sofri e sofro ainda de assédio com muita frequência, seja pelas redes sociais e muitas vezes até no consultório. Quando a gente acompanha aa história feminina, o combate ao assedio melhorou muito, mas ainda há muito a se combater.

Lilian Schiavo: É impossível encontrar uma mulher que não tenha visto outra mulher sofrer um assédio ou encontrar mulheres que não tenham passado por nenhuma forma de assédio, Não que não sexual, moral, tem tantas formas de assédio, principalmente no trabalho. Mulheres que vivem no “mundo masculino” sofrem assédio desde que pisam na sala de aula. Como eu reajo? indignando-me. Eu digo que a indignação é um combustível para as mulheres que, indignadas, gritam, vão para as ruas e se unem. A melhor forma de combater o asseio é não ficar quieta. Mesmo em briga de casal a gente mete a colher, sim. Não podemos ser cumplice de qualquer tipo de assédio.

Madalena Marques: É muito difícil de você não ter sofrido, dos assédios em família ao social. É claro que eu ainda conservo ranços de machismo, porque leva tempo para desconstruir o que foi aprendido. Eu tentei romper com isso na educação do meu filho, passar a ele uma visão ampla de mundo. Costumo dizer que o meu filho é um machista em desconstrução. Isso, porque o machismo chega de mansinho, é perigoso.

Rita Fernandes: Já tive o desprazer de sofrer dois assédios na minha vida: um quando fui estagiar numa multinacional e meu chefe me assediada acintosamente, a ponto de ter que sair do estágio; a outra, quando estava grávida do meu segundo filho e o dono de uma lanchonete onde eu frequentava, perto do meu local de trabalho, me disse que sentia atração por mulheres grávidas! Meu Deus…..que triste eu me senti! Claro que não tinha mais como frequentar aquele local.

Acredito que o papel das mulheres é ajudar aos homens a pensarem diferente do que foi ensinado historicamente. Nós, filhas, mães, trabalhadoras, estudantes, companheiras, amantes, cidadãs, precisamos praticar o diálogo com os homens e a cumplicidade feminina.

Adriana do Amaral

RNF. Que conselho ouvido da sua mãe/avó ou mulher de referência você pratica e passaria para a próxima geração?

Adriana do Amaral: Minha mãe sempre me orientou a ter uma atividade profissional e/ou pessoal que me mantivesse ocupada e independente financeiramente. Para que eu levantasse diariamente e me arrumasse para sair de casa ou simplesmente mantivesse a minha autoestima elevada. Com minha avó paterna, professora em 1900, aprendi que o trabalho emancipa; com a minha avó materna que é possível construir uma vida ao lado o seu companheiro, trabalhando juntos. Acredito que essas três mulheres estão certas: temos de estar bem pessoalmente para lutarmos as lutas coletivas.

Beatriz Herkenhoff: Foram modelos de luta, de valorização, de cuidar sempre da autoestima, buscar sempre o melhor para nós, principalmente amar, perdoar, construir um círculo de amizades com pessoas que nos valorizam, apoiam a seguir em frente, crescendo em todas as áreas: física, emocional e espiritual. Também, no comprometimento com um mundo melhor: mais justo, de solidariedade, de ser sempre generosa. Esta é a herança que eu procuro colocar em prática.

Gisele Maier: Minha avó sempre usou um hidratante no rosto. Eu sigo o seu conselho e continuo o seu modelo, usando-o diariamente.

Madalena Marques: Minha avó paterna morreu quando eu era pequena e a minha avó materna era tão sufocada e reprimida, que eu tenho poucas lembranças de falas, todas submissas e permeada do medo de se expressar. Como neta, sou o contrário dela. Eu falo, não deixo passar muita coisa, dentro de casa, com o marido e com as pessoas que em me relaciono. Minha mãe mãe também era submissa começou a falar mais, e sempre me aconselhou a estudar e a não ser dependente, principalmente financeiramente. Ela deixou o legado: estude, leia, vá fazer aquilo que eu não consegui fazer.

Lelah Monteiro: A minha mãe é uma mulher que ganhava muito bem e quando se casou e ficou grávida de mim o meu pai não permitiu que ela trabalhasse. Ela era uma pessoa muito articulada, desenvolta, foi de São Paulo para o interior, tentou voltar e na época, por ignorância social, não poderia deixar o marido solto. Assim, ela me ensinou: mesmo se for para você trocar seis por meia dúzia, trabalhe. Conquiste independência econômica. Minha mãe não se aposentou e se ressentiu muito disso.

Lilian Schiavo: Nossa, eu tive uma sorte imensa. Fui criada por uma mãe, médica da #FMUSP, formada em 1954, numa época em que pouquíssimas mulheres faziam faculdade. Tive o privilégio de ter sido criada por uma mulher feminista, uma profissional reconhecida. Ela sempre dizia que a maior riqueza que a gente pode deixar para os filhos é o conhecimento, a educação e que o mais importante na vida é a gente estar em constante aprendizado. Dizia que o nosso passaporte para o futuro era a independência financeira. Eu sou uma curiosa e isso me faz crescer.

Rita Fernandes: Minha avó paterna e a irmã de meu pai me criaram. Elas sempre me ensinaram a ser verdadeira e procurar ser justa comigo e com os outros, ainda que essas duas qualidades me custem perdas. Passei isso pros meus filhos e estou passando para os meus netos!

Minha mãe me ensinou a partir da sua história a importância da independência econômica

Lelah Monteiro

Com prazer, momentos vividos:

Adriana do Amaral com a filha Cristina, que fará 30 anos em junho de 2022.

O maior desafio que vejo em relação as mulheres é o respeito!

Rita Fernandes
Beatriz Herkenhoff durante o lançamento do seu livro em dezembro de 2021

Lelah que nos ensina a amar melhor e a ter prazer na vida

Cada vez que olho no espelho para passar o creme hidratante no rosto a minha avó está ali comigo me mostrando o valor de ser mulher

Gisele Maier
Lilian Schiavo em família, com o marido e filhos
Madalena Marques que aprendeu a falar tudo o que as avós e mãe calaram nas gargantas

Gisele Mayer descobriu que há vida após a morte

Rita Fernandes aprendeu a respirar até debaixo d’água

#ninguémlargaamãodeninguém

#ninunamenos

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