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Fotos: Adriana do Amaral
Por Rita Fernandes
Você veio como um vento impetuoso
Mas sua chegada trouxe paz
A princípio parecia tão comum
Foi quando suas palavras me ultrapassaram
Meu coração começou a bater acelerado
Num ritmo incomum do dia a dia
Começamos a falar de amor
Quando nem sequer podíamos nos conhecer
Teu olhar ainda que de longe me fazia sorrir
E as minhas mãos suadas dependiam das tuas ainda ausentes
O teu sorriso me colocava pra descansar
Mas a distancia e o medo me levavam pra longe
A ausência que me era necessária
Tornou-se a minha maior inimiga
Traiu-me a tua verdade ao contemplar o teu recuo
E sem explicações guardei-me no silêncio
Porque explicações não preenchem decisões
Quando estas levam embora o amor
A dor preencheu os vazios ali deixados
Meus olhos demonstraram a perda súbita
E perguntas desceram como lágrimas
Quem sabe receber da vida
As condições que estas lhe impõem
Não responde de forma banal
A não ser aquela que não me quer calar
A inconstância não combina com o amor
Ainda que a prudência bata à porta
O coração não conhece o caminho
De voltar pra casa quando a noite chega
Levanto a cabeça e começo a caminhar
E se nessa vida o sentimento resolveu passar
Ainda quando eu pensei que ele faria pouso
Ele se foi como um vento
Procuro esperar a volta deste vento
Que como brisa pode voltar
Me trazendo o cheiro da espectativa
E na espera da sua volta
Vivo sem revolta na volta
Vendo no tempo o tempo pro vento voltar
Rita Fernandes é mestre em Filosofia, graduada em direito. Escritora pernambucana, consultora, palestrante. Colunista da Revista Nova Família
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