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Da Galinha Pintadinha ao WhatsApp

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Os especialistas recomendam aguardar pelo menos dois anos de idade para introduzir a tecnologia na vida do filho.

Meu primeiro contato com algo que pode ser chamado de tecnologia foi aos 10 anos de idade. Lá pelo começo da década de 1980, estavam na moda uns pequenos computadores que eram basicamente teclados para serem acoplados na TV. Não havia programas instalados. Ou você digitava- -os na hora, utilizando uma linguagem chamada Basic, ou carregava-os a partir de, acredite, fitas cassete. Eu ganhei um de Natal, um CP200s.

Para quem já passou dos “entas”, acho que foi bastante cedo. A paternidade, por outro lado, veio tarde. Meu primeiro e único filho (por enquanto, espero) nasceu há pouco mais de um ano e meio. Desnecessário dizer que, com ele, nasceu uma penca de inseguranças relacionadas com a paternidade. E uma delas foi justamente quando e como introduzir a tecnologia na vida da criança.

A tecnologia, afinal, é uma das minhas paixões. Permeou a minha vida pessoal e profissional desde que conheci aquele computador sem programas instalados – talvez seja por isso que eu esteja escrevendo este artigo. E o desejo natural é que você queira que as suas paixões passem a fazer parte da vida do seu filho o quanto antes, não concorda?

A orientação profissional, porém, é outra. A oftalmologista, por exemplo, recomendou evitar telas até os dois anos de idade. Leia-se TVs, tablets, celulares, computadores e tudo mais. Nos livros e revistas especializadas, as orientações relacionadas aos primeiros contatos com tecnologia em geral são parecidas – em alguns casos, inclusive para brinquedos eletrônicos.

Enfim, para aficionados por tecnologia como eu, é quase como alguém pedir para você aguardar dois anos antes de apresentar o seu filho ao time do coração.

Co-có?

Eu e minha esposa seguimos à risca as orientações até que o filhote foi parar seis dias no hospital. Por causa de uma crise respiratória, ele tinha que passar por alguns procedimentos bastante desagradáveis, sobretudo para uma criança de cerca de quatro meses. Tentávamos de tudo para entretê-lo, sem resultado. Foi então que uma enfermeira sugeriu: Galinha Pintadinha!

Saquei meu iPhone, baixei o aplicativo e batata: pode não ter resolvido 100% do problema, mas atenuou o sofrimento do pimpolho. Foi o suficiente para aceitarmos a presença constante do famigerado personagem em nossa rotina. Mas não sem uma regra:

A “Co-có” seria requisitada somente para diminuir algum desconforto do filho, não dos pais.

E foi assim, desde então, em nebulizações, aspirações e outros procedimentos que quem tem crianças com crises respiratórias deve conhecer. Claro que também utilizamos em outros casos: recentemente, viajamos de férias e fizemos uso da Galinha Pintadinha para manter o garoto sob controle durante voos de até sete horas de duração.

No final das contas, não deu para aguardar os tais dois anos para introduzi-lo ao mundo da tecnologia. Hoje, por exemplo, ele já tem seu próprio grupo de aplicativos no iPad – aliás, recomendo dois: o Mini Zoo e o Sago Mini Ocean Swimmer. E o pendrive com vídeos da Galinha Pintadinha está permanentemente conectado na TV da sala.

Mas a regra é clara: nada de fazer uso de tablets, aplicativos e desenhos animados como babá. E acredite: já recebemos sugestões de outros pais para fazê-lo!

WhatsApp

Tenho certeza de que os nossos problemas estão apenas começando em relação à tecnologia e relacionamento familiar, até porque eles ocorrem mesmo entre adultos. Volta e meia, minha esposa reclama de eu estar lendo o jornal (digital, no iPad) enquanto estamos tomando o café da manhã. E eu, de ela enviar recados importantes pelo WhatsApp, sem levar em consideração que o aplicativo pode atrasar a entrega das mensagens.

Mas entendo que é em relação às crianças que ocorrem os maiores riscos. Se eu enfrento problemas com aplicativos e personagens infantis, meu irmão encara o desafio de dosar o uso da tecnologia por um menino batendo na casa dos 10 anos de idade. Temas de casa, atividades ao ar livre e convívio social concorrem com desenhos animados, videogames com gráficos fantásticos e, é claro, a Internet. Há alguns meses, os pais tiveram que interferir por ele estar vendo desenhos considerados violentos no YouTube.

Não bastasse, volta e meia, ele pede para ter o seu próprio telefone celular. Sinceramente, desconheço em que idade as crianças estão ganhando o seu primeiro aparelho, mas quando isso ocorrer, será muito difícil monitorar o que ele estará fazendo, por exemplo, em aplicativos da moda como o WhatsApp. E o pior, com quem.

Dicas

A principal dica, que não é minha, mas de publicações especializadas como a ProTeste, é negociar com a criança um uso moderado da tecnologia, como um limite de horas – que pode ser maior nos finais de semana. Além disso, deixar computadores em locais comuns da casa, conferir a idade recomendada na embalagem dos jogos e incentivar sempre a prática de atividades esportivas e ao ar livre, sobretudo coletivas.

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