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A viagem de ônibus anunciava que algo estava no ar… E não era o amor
`Por Adriana do Amaral
Era o dia 13 de março, uma sexta-feira, e eu tentava aproveitar a folga prolongada que eu mesma havia me dado e se estenderia durante o final de semana. Seriam 116 km de estrada, sem trânsito.
No meio do caminho…
Alguém tossiu. Outro alguém respondeu:
Para de tossir ou atiramos você na estrada. Tem um vírus vindo aí…
A maioria dos passageiros ri. Eu me calo.
Há 15 dias eu tentava parar de tossir. Uma tosse de cachorro louco, não diagnosticada, que me fazia acordar de madrugada. Um cansaço sem fim, mas como a vida seguia seu rumo, eu me levantava para a lida diária.
“Eita” Influenza danada, que derruba a gente!
Eu só queria chegar. Deixar aquela gente para trás… Descansar no final de semana no interior.
Nota da Autora: foram dois anos de reclusão, de #isolamentosocial, de um novo jeito de viver a espera de uma vacina, de uma cura, sem nunca me acostumar com as mortes que poderiam ter sido evitadas… Agora, preparo-me para voltar ao mundo presencial.
Nota da Autora 2: Capítulo 1 do livro Com a #pandemia na cabeça: as cicatrizes expostas pela #Covid-19
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