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Por: Adriana da Silva
Hoje, aos 73 anos, Laura Castro continua a frente da Cake&Co, que se reinventa para ampliar vendas ao público jovem
Laura Castro veio de uma família tradicional carioca. Tinha oito irmãos e herdou o mesmo nome de sua mãe e avó. Apesar de tímida, sempre se considerou boa vendedora. Aos 12 anos, organizava bazares para vender aos parentes sabonetes e latinhas pintadas à mão. No entanto, nunca levou a sério o talento para as vendas e decidiu cursar serviço social. Casou-se aos 21 e, nos anos seguintes, teve três filhos. Acabou não exercendo a profissão escolhida e dedicou seu tempo aos cuidados com a casa e com a família.
Até que, em 1994, por problemas financeiros, Laura precisou se arriscar e buscar novas fontes de renda para ajudar a família. Aos 49 anos, sem nenhuma experiência com gastronomia ou administração de empresas, ela resolveu empreender. A ideia do negócio veio de um amigo da família, para o qual Laura havia enviado uma “encharcada”, doce tradicional português feito à base de ovos. Ele gostou tanto da sobremesa que sugeriu que Laura abrisse uma doceria em parceria com a filha dele. “Foi um dos momentos mais desafiadores da minha história”, conta.
Mesmo com medo, Laura buscou cursos técnicos para se profissionalizar e tomou coragem para, em 1996, abrir a primeira loja Cake&Co, no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro.
As receitas do negócio são todas de família e Laura preza muito pela qualidade dos ingredientes. O empreendimento deu tão certo que, três anos depois, seu marido largou o trabalho para se juntar à equipe da doceria, cuidando da área financeira.
Em 2004, a amiga e sócia da empreendedora resolveu sair do negócio e partir para desafios em outras áreas. Assim, Laura teve que se readaptar financeiramente para tocar a empresa sozinha. Mudou o endereço da Cake&Co para o bairro de Botafogo, onde está até hoje. O espaço é aberto e a decoração lembra a de um antigo casarão, rico em detalhes, e no mesmo local, na parte dos fundos, acontece a produção dos doces.
Sempre em busca de se aperfeiçoar, Laura fez um curso de gestão em 2012, denominado “10.000 Mulheres”, no qual era a mais velha da turma. Mas isso não a abalou. “É preciso persistir e nunca é tarde para se reinventar”, alega a empreendedora. Ela, inclusive, recebeu uma homenagem dos colegas que a chamavam de “musa inspiradora” da turma.
Atualmente, com 73 anos, Dona Laura coordena uma equipe de 14 pessoas, majoritariamente mulheres, que ocupam as áreas de marketing, logística, produção e atendimento. Além disso, são vendidos 2,5 mil bolos por mês, em média, e o faturamento mensal fica em torno de R$150 mil.
Mesmo antes da pandemia, a Cake&Co já investia no serviços de delivery e venda por meio do site, o que a fundadora considera ter facilitado a adaptação a um número maior de encomendas durante esse período. Segundo Laura, o e-commerce da empresa, antes da pandemia, era responsável por 40% das vendas e ficava atrás da loja física. Porém, com as restrições provocadas pela covid-19, os números se inverteram e o e-commerce se tornou o principal canal de vendas, ocupando 60% do total.
Para a empreendedora, os doces ajudam as pessoas nos momentos difíceis e, por isso, a procura continuou. Ela conta que a demanda se modificou e as encomendas para eventos deram lugar aos pedidos online, a maioria para presentear à distância pessoas queridas. “Agora as tortas mini, de 13 cm, são as campeãs das encomendas”, conta.
Para o futuro, a empreendedora pretende reformular a empresa para atrair cada vez mais o público jovem. A primeira iniciativa será implementar as vendas via Instagram. Apesar das dificuldades de Laura para lidar com as redes sociais, ela garante que está pronta para enfrentar mais este desafio.
Informações: Revistapegn
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