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Drex nem foi lançado, mas especulações já mexem com a economia

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Implantação do real digital deve acontecer até 2025, conforme informações do Banco Central. 

Foto: rafapress/Freepik

Está por vir o real digital, chamado Drex. Desenvolvido pelo Banco Central (BC), o projeto está em fase de testes, com previsão de lançamento para até 2025. De acordo com a autoridade monetária, os objetivos do lançamento são avançar em direção à digitalização da economia brasileira, proporcionar um ambiente regulado e seguro, fomentar o acesso mais democrático da população aos benefícios tecnológicos e gerar novos negócios.

Na prática, a moeda virtual deverá ter equivalência, em termos de valor, ao dinheiro em circulação. Isso significa que, caso o consumidor adquira um produto ou serviço utilizando o Drex, R$ 50 continuarão valendo R$ 50, por exemplo. 

Segundo nota emitida pelos técnicos do BC, o nome do ativo vem das palavras “Digital, Real, Eletrônica”. Já a letra “X” foi inserida para passar uma ideia de modernidade, além de fazer uma referência ao Pix, sistema de transferências e pagamentos eletrônicos.

O BC esclareceu que o Drex vai funcionar de modo semelhante ao Pix, mas com finalidades e escalas de valores diferentes. Enquanto o Pix segue limites de segurança e é usado para transações comerciais na maior parte das vezes, o Drex poderá ser usado para compras de veículos, imóveis e títulos públicos.

Com o ativo, será possível comprar um carro e alterar a titularidade pelo celular no momento em que o pagamento cair na conta da loja, sem a necessidade de ir ao cartório. Fazer um investimento de renda fixa ou em ações no fim de semana também será uma possibilidade, sem ser preciso criar somente uma ordem na plataforma da corretora. 

O Drex não é considerado uma criptomoeda porque o real digital é centralizado, ou seja, um ativo digital organizado pelo Banco Central. As criptomoedas, por sua vez, são descentralizadas e utilizam criptografia para que as transações sejam seguras e haja o controle da criação de novas unidades. Ambos operam na blockchain, uma tecnologia de registro distribuído numa cadeia de computadores.

Assim, todo o dinheiro Drex será emitido pelo BC com base neste sistema, preservando as características do dinheiro físico, como função, meio de troca e estabilidade, mas integrando os benefícios tecnológicos da digitalização.

Os correntistas poderão acessar o real digital a partir de carteiras virtuais, que precisam estar vinculadas a uma instituição de pagamento, como correspondentes bancários e bancos. O cliente deve depositar o valor correspondente em reais nessas carteiras e fazer transações com a versão digital da moeda.

Como o Drex vai influenciar na vida prática dos brasileiros

Conforme o fundador e CPO da LoopiPay, uma das organizações que participa de um consórcio no projeto-piloto do Drex, Cesário Martins, a tecnologia blockchain tende a ser incorporada em todos os sistemas financeiros. Em entrevista à imprensa, ele destacou que a liquidação instantânea de ativos foi o motivo inicial para a criação da moeda.

De acordo com o executivo, o real digital poderá mudar a vida do brasileiro, sobretudo, em três esferas. Para o investidor, o Drex é uma possibilidade de reduzir o ticket médio necessário para entrar em operações de investimentos e aumentar o acesso a mais produtos e serviços financeiros. O ativo pode trazer, ainda, liquidez imediata na compra e na venda de títulos.

Já no caso das empresas que precisam financiar projetos, o real digital pode ampliar o acesso às fontes de financiamento, reduzir o custo operacional e facilitar a operacionalização desses projetos. 

Para o consumidor final, a posse de ativos não financeiros – como automóveis, imóveis, entre outros – passará a ser digitalizada, simplificando os procedimentos burocráticos relacionados à compra, venda e locação desses bens.

Segurança é vantagem, mas também representa desafios 

Ainda conforme o Banco Central, entre os objetivos do real digital também estão a simplificação das transações financeiras, a mitigação dos riscos de fraudes e a redução dos custos que podem estar associados à produção de papel-moeda, ampliando a segurança e promovendo um ambiente propício à inovação. 

Alguns desafios podem surgir, no entanto, conforme análise de especialistas, é preciso que as equipes técnicas envolvidas no processo de criação, testes e lançamento do Drex estejam atentas à possibilidade de o real digital ser mais vulnerável aos ataques cibernéticos do que as moedas físicas.

Conforme informações divulgadas pela Bolsa de Valores (B3) sobre o assunto, o blockchain é uma tecnologia relativamente nova, hackers podem tentar explorar eventuais vulnerabilidades no sistema para acessar e roubar dados ou dinheiro.

Outro fator que merece atenção é o fato de o real digital poder ser menos privado do que as moedas físicas. Assim, é necessário que o Banco Central garanta o sigilo e a privacidade das operações financeiras. 

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