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Por: Erick Souza
Fui convidada para uma roda de conversa sobre a beleza física das mulheres e qual o impacto em todas nós, principalmente nas meninas e jovens.
O interessante é que cada participante representava um país diferente: Espanha, Porto Rico, Venezuela, Peru e Brasil, mulheres sem fronteiras que se entendem, que derrubam barreiras e preconceitos.
Um dos maiores problemas dos estereótipos físicos femininos é que quase ninguém se encaixa neles, o que transforma as minorias em maioria.
Sou uma asiática que nasceu no Brasil e lembro que quando era criança costumava perguntar aos meus pais se existia alguma forma de eu me transformar numa menina loura, de olhos azuis e pele branca.
Parece engraçado, mas acredito que esse padrão de beleza influenciou muitas meninas inclusive os desenhos de mangás japoneses com os personagens de olhos redondos e grandes.
Temos uma grande população negra que só recentemente foi agraciada com produtos específicos para o cabelo e maquiagem com as nuances da cor da pele.
Fico feliz quando vejo no mercado bonecas brancas, pretas, orientais, redondas como personagens de Botero, com lábios leporinos, síndrome de down e deficiências físicas.
O Brasil é o país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo e isso demonstra o grau de insatisfação que sentimos em relação ao nosso corpo.
Para piorar, os efeitos de Photoshop fazem com que fique cada vez mais difícil se enxergar como realmente é e gostar do que vê.
Uma verdadeira prisão psicológica que atormenta todas as mulheres.
É impressionante o número de óbitos causados por intervenções estéticas e o crescente número de adolescentes com depressão ou transtornos alimentares.
O mundo precisa acordar e mudar os padrões estéticos de beleza, ao invés de achar que o belo é ser igual, devemos enxergar a beleza nas diferenças.
É lindo ver uma mulher com muitos kilos a mais e um sorriso escancarado de felicidade, é lindo ver uma modelo com microcefalia desfilando sua graça e poder, é maravilhoso entender que cada uma de nós carrega uma beleza única e original, sem preconceitos, sem etarismo, sem obedecer padrões pré estabelecidos.
Te convido a ser uma revolucionária feliz e satisfeita com a forma do seu nariz, os contornos do seu corpo com aceitação, respeito e muito amor próprio.
E se quiser passar por uma intervenção cirúrgica estética, que seja por você e para você…a decisão deve ser embasada na sua felicidade e não nos conselhos alheios.
Termino com uma frase que vi:
“Corpo bonito é aquele que tem gente feliz dentro.”
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