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INCLUSÃO ESCOLAR: FAMÍLIA E EDUCADORES JUNTOS!

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Sandhra Cabral

As vitórias na aprendizagem de crianças com necessidades especiais só são obtidas mediante ampla parceria entre escola e família, em um verdadeiro trabalho de equipe.

É preciso que as crianças com necessidades especiais, seja dificuldade de aprendizagem, locomoção, visão, fala, audição ou detentoras de alguma síndrome, convivam com o todo e vice-versa, já que não há um mundo em separado para as diferenças! O mundo é feito de diversidade e cada um precisa ser respeitado exatamente como é”, afirma a Educadora Ester Azevedo, que já foi Gerente de Educação Inclusiva de Santo André, e que possui experiência em inclusão escolar em redes particulares de ensino.

Inclusão escolar é acolher a todos no sistema de ensino, independentemente de cor, classe social e condições físicas e psicológicas.

O termo é associado à inclusão educacional de pessoas com deficiência física e mental, mas não deve ser confundido com escolarização especial, que é aquele no qual os portadores de deficiência são atendidos em salas ou escolas separadas. Muito pelo contrário, de acordo com o artigo 208 da Constituição Brasileira e com o artigo 54 do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, todos devem estar em uma mesma classe, incluídos.

De acordo com a legislação brasileira, o atendimento escolar é obrigatório a todos os estudantes de 4 a 17 anos, inclusive aos com deficiência e transtornos globais de desenvolvimento. Detalhe: nenhum tipo de deficiência exclui a criança de ser atendida pela escola em classe regular, sob pena de denúncia aos órgãos da Educação e ao Ministério Público.

Cada indivíduo é único e não existe uma fórmula geral que funcione para todos. O ritmo de aprendizado é individual, seja de uma criança com deficiência ou não. O processo de inclusão escolar tem o grande benefício de fazer com que as demais crianças, as que não têm necessidades especiais, aprendam a lidar com o outro, com as diferenças, tornando-se seres humanos solidários, ampliando a capacidade de todos ao entendimento do verdadeiro significado de cidadania, direito e respeito.

Inclusão escolar e família

Parece simples, mas o processo de inclusão escolar é amplo, às vezes dolorido, e depende de uma equipe que vai muito além dos professores. Envolve os educadores, coordenadores, diretores das escolas, e, principalmente, a família da criança.

O trabalho conjunto da escola com os familiares do estudante com necessidades especiais na busca de abertura de novas possibilidades para as crianças é fundamental no processo da inclusão escolar.

“É preciso que se criem propostas pedagógicas que atendam a todos os sujeitos matriculados na escola de forma absolutamente satisfatória”, explica Márcia Matumoto, Fonoaudióloga, integrante da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.

Segundo a especialista, em uma instituição de ensino estão matriculadas crianças com necessidades especiais das mais variadas faixas de idade, e, entre estas, outras que permanecem no local por período integral. “Então, se faz necessário que a proposta pedagógica seja modificada, a fim de atender a todos da melhor forma possível, objetivando que eles se desenvolvam tanto em termos de aprendizagem de conteúdo como evoluam na convivência social”, completa Matumoto.

A família deve estar sempre presente, auxiliando a criança nos deveres de casa, mantendo contato direto com os professores e coordenadores, a fim de acompanhar a evolução que o filho apresenta, quais as dificuldades que ele enfrenta e identificar, junto com os educadores, as dificuldades que ele não consegue superar, a fim de que novos caminhos sejam encontrados para superar o problema.

Essa integração permite também aos pais conhece – rem mais sobre seus filhos, dentro do processo de interação com a limitação da criança e com o tempo particular de aprendizagem dela.

“Já o professor, a cada aluno com necessidade especial que recebe em classe, deve procurar todas as in – formações sobre o caso, capacitando-se. No caso do Colégio Metodista, há todo um suporte de uma equipe especializada. Por exemplo, quando chega ao local um aluno com dislexia, ou com alguma síndrome, por exemplo, é preciso que esse professor entenda as diferenças deste aluno, para que ele seja estimulado da forma adequada, dentro da classe regular”, detalha Kênia Virginia Silva Araújo – Orientadora Psicopedagógica do Colégio Metodista de São Bernardo do Campo.

Segundo Araújo, este processo de conhecimento da criança também precisa da ajuda dos pais, que poderão fornecer a análise médica ou psicológica, relatar como ela se comporta em casa e particularidades que o educador precisa saber para ter amplo conhecimento das capacidades e limitações do novo aluno.

Trabalho em equipe

Às vezes, o atendimento escolar especial deve ser feito com um profissional auxiliar, por exemplo, em casos de paralisia cerebral.

Esse profissional auxilia na execução das atividades, na alimentação e na higiene pessoal. Professor e auxiliar responsável devem coordenar o trabalho e planejar as atividades. O auxiliar não foge do tema da aula, que é comum a todos os alunos, mas o adapta da melhor forma possível para que o aluno seja capaz de acompanhar o resto da classe.

As famílias das crianças devem estar atentas a esses detalhes e exigir seus direitos. Vale sempre lembrar aos pais que a preparação da escola não está limitada à sala de aula: alunos com deficiência física necessitam de espaços modifica – dos, como rampas, elevadores, corrimões e banheiros adaptados. Outros precisam de engrossadores de lápis, apoio para braços, tesouras especiais e quadros magnéticos. Tudo isso ajuda e muito na melhoria do desempenho das crianças e jovens com dificuldades motoras.

O que todos devem entender é que a educação inclusiva parte do princípio de que é preciso olhar para o aluno de forma individualizada e colaborativa, observando suas habilidades e dificuldades no aprendizado em grupo. Isso não significa reduzir as expectativas da turma ou deixar de avaliar os estudantes: as metas de conquista do conhecimento são estabelecidas em acordo com o potencial e tempo de aprendizagem de cada criança.

A boa notícia para os pais é que, com a democratização da escola, segundo o MEC, em cinco anos dobrou o número de alunos com deficiência matriculados nas escolas regulares do Brasil.

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