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Por: Adriana da Silva
O animal ganhou o nome de Characidium onca pela coloração de suas escamas, uma mistura de preto e dourado que lembra a pelagem das onças-pintadas
Em janeiro deste ano, pesquisadores publicaram na revista científica Neotropical Ichthyology a descoberta de uma nova espécie de peixe nos rios do Distrito Federal (DF). O animal ganhou o nome de Characidium onca pela coloração de suas escamas, uma mistura de preto e dourado que lembra a pelagem das onças-pintadas.
A nova espécie é considerada de pequeno porte e vive apenas no fundo do Córrego da Taquara, o que significa que ela já surge criticamente ameaçada para ciência, segundo os pesquisadores.
O peixe está sendo monitorado por biólogos desde sua primeira coleta, em 1984. Mas a classificação da espécie só foi possível através do trabalho feito dentro da reserva ambiental do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pelo biólogo e servidor do instituto Mauro Lambert Ribeiro, junto com os pesquisadores Marcelo Melo, da Universidade de São Paulo (USP) e Flávio Lima, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
“Essa espécie é muito importante ecologicamente porque ela é extremamente sensível a qualquer alteração no ambiente. A existência dela na reserva indica que o ambiente está equilibrado e que os espaços aquáticos estão bem preservados”, disse Lambert ao portal G1.
A Reserva Ecológica do IBGE foi criada em 1975 e fica a 25 quilômetros do centro de Brasília. O local é alvo de diversas pesquisas por abrigar diversos ecossistemas e mais de 4 mil espécies. De todas essas, 61 estão sendo ameaçadas de extinção, enquanto outras 91 são endêmicas do Cerrado, ou seja, exclusivas dessa região.
Para o biólogo Lambert, as pesquisas feitas pelo IBGE na reserva têm como objetivo conhecer a biodiversidade do local, formando coleções, que são um tipo de banco de dados físico das espécies.
“Ter a reserva é um ativo para se fazer pesquisa no Cerrado, em um ambiente protegido, e depois comparar com os ambientes alterados pela agricultura, pelas represas e pelas áreas urbanas”, afirmou Lambert. O biólogo ainda complementou sua fala dizendo que dessa maneira é possível entender as mudanças do bioma quando acontecem intervenções.
Informações: Olhar Digital
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