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Fazer o bem, não importa a quem, é mais fácil do que se pensa
Nem todos os seres humanos são atendidos pelos direitos descritos na constituição, como o direito a saúde e a moradia. De acordo com as religiões e suas filosofias espirituais, a caridade é um dever do homem já que Deus está presente neste simples gesto, portanto, quem assim o fizer prestará um grande serviço a si mesmo pois é através da caridade que se encontra o caminho para a paz interior.
Enquanto alguns seguem essa obrigação a risca através de doutrinas religiosas para justificar o nome de Deus em suas ações, outros se filiam a ONGs ou entidades sociais para justificar o mesmo. No entanto, existem pessoas que fazem esse gesto independente de religião ou entidade social, tornando essa atividade como uma obrigação que não depende da bênção de um espaço físico para tornar-se realidade.
São pessoas que sensibilizam-se com as dificuldades do próximo, que não se conformam em adquirir bens materiais sem ter a chance de ter como retribuir seus ganhos com quem não tem o que vestir. Podem ser chamados de “entes iluminados” ou pessoas de bom coração, mas são na verdade seres humanos que gostam de fazer o bem para outros, que sabem que ajudar os mais necessitados deveria ser mais que uma obrigação e que procuram fazer ao máximo o que sugere o ditado “fazer o bem, não importa a quem”.
Do projeto para o gesto
Foi através de um projeto da faculdade que o arquiteto Victor Fioravanti decidiu ajudar um asilo. “O meu interesse começou porque fiz meu TCC (trabalho de conclusão de curso) com o tema de centro de convivência do idoso. Como eu gostei da forma como eles eram tratados, decidi ajudar quem me ajudou a passar na faculdade. Esse período coincidiu com o falecimento da minha avó. Falei com a minha namorada e decidimos nos juntar ajudar outras avós”, comenta.
Mas esse gesto solidário não veio de um caso isolado. Desde pequenos, suas mães faziam uma ação semelhante. “Nossas mães sempre pegavam sacolinhas de natal para ajudar crianças carentes, mas nós só acompanhávamos a ação delas, nunca tínhamos participado das entregas dos presentes”, explica a produtora cultural, Carina Nunes, namorada do Victor.
Através das redes sociais e do famoso boca a boca, eles conseguem divulgar para amigos para ajudar na arrecadação que fazem para as doações de final de ano. “É muito emocionante. Eles ficam felizes, uns conversam bastante, outros brincam. Mas todos agradecem muito e acho que é isso que faz a gente querer voltar todo ano”, explica Carina. “Eu saio de lá com o coração cheio de sensações, sempre pensando na próxima entrega. Em 2014, levei meus primos pequenos para verem como é, e, a resposta deles foi: “Posso vir ano que vem mais uma vez?”, acrescenta Victor.
Este é o segundo ano dessa ação que, em tão pouco tempo, já resultou em algumas boas lembranças para carregar na memória. “Teve uma senhora que nos emocionou muito, mas não foi contando sua história e sim nos abraçando e dizendo que como não tinha nada pra nos oferecer, ela apenas poderia pedir a Deus que abençoasse muito a gente”, finaliza Carina.
Dos bastidores para a direção
Outra pessoa que desenvolve o mesmo gesto há 26 anos é a professora aposentada Eliude dos Santos, que começou esse projeto ajudando uma amiga, que ajudava as crianças carentes da rua onde morava, na zona leste da cidade de São Paulo. “Quando fui convidada para ajudar minha amiga, fiquei pensando ‘porque ajudar crianças tão distantes se tem pessoas que precisam perto da minha casa?”, comenta. Depois de participar de uma palestra ligada a espiritualidade kardecista, Eliude achou que já estava na hora dela assumir essa responsabilidade. Sem estar ligada a religião, ela começou a convidar as amigas para fazer o mesmo que ela em escolas na região do Itaim Paulista, bairro em que mora.
Desde então, todos os anos ela reúne as amigas que ficam responsáveis por ir atrás de padrinhos para “adotar” as crianças, sempre no período de festas natalinas. “Gostaria de poder fazer mais vezes, no dia das crianças e em outras datas, mas por condições financeiras centralizo apenas no Natal”. Por ano, ela chega a atender cerca de 200 crianças carentes, procurando essas crianças em escolas e outros centros de caridade.
Há quem diga que a humanidade ruma a um destino sem saída, mas existem pessoas que mostram que através de boas ações é possível manter a crença no ser humano, para que através das oportunidades, ele possa encontrar meios de reverter todas as expectativas e tornar-se uma pessoa digna, honesta e acima de tudo caridosa, para que nunca se esqueça de onde veio e lembre-se sempre de ajudar o próximo, mostrando que esse gesto faz bem para alma, para o coração.
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