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Tailândia

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Um sonho possível

Por Beatriz Herkenhoff

Fotos: Arquivo Pessoal

Em outubro de 2017 embarcamos para a Tailândia onde vivemos, durante 17 dias, uma das aventuras mais impactantes em nossas vidas. Ao programar a viagem, o meu maior sonho e de Helida era reencontrar Gabriela, sobrinha e neta querida que reside em Bangkok.

Tânia, minha amiga, relata:

“Ao receber o convite, fiquei feliz e senti-me muito querida por ter sido incluída numa viagem de família. Ao saber que seria para a Tailândia me empolguei ainda mais por se tratar de um destino pouco priorizado pela maioria das pessoas. As expectativas foram superadas em todas as áreas.”

Fomos recebidas com um amor infinito e, também, por um povo simpático, solícito e alegre. Com sorriso no rosto, nos cumprimentam unindo ambas as mãos no peito, inclinando levemente a cabeça.

Conhecemos uma cultura completamente diferente da nossa: 95{cd1bea5bacaf18d63f2613834c965ffdc12ff81d639635183f79bec16d092a66} da população é adepta do budismo, o que nos possibilitou o contato com a fé e as crenças que estruturam sua vida. Os templos são lindamente decorados e convidam ao silêncio, à meditação, à oração e à contemplação da arte.

Fizemos uma maratona gastronômica em que todos os sentidos foram aguçados: tato, olfato, paladar, visão e audição. Sabores marcantes como os bolinhos de camarão com molho de ameixa, arroz frito com camarão, espetinho de frango, pad thai (macarrão de arroz com camarão) e muitas opções com frutos do mar e carnes. A culinária tailandesa é incrível. Ficamos admiradas, pois, o café da manhã é um verdadeiro almoço.

Navegamos por um dos litorais mais belos do mundo: #Phuket, #Phiphi e #Krabi. Perdemos o fôlego a cada minuto, diante do mar azul esmeralda, com suas areias brancas, paredões rochosos imponentes e reservas florestais.

Admirar o pôr do sol virou rotina. Todo fim de tarde, em harmonia com a luz do universo, mergulhávamos em nosso mundo interior.

Gabriela facilitou muito nossa vida, pois, fez o roteiro, reservou os hotéis, comprou as passagens aéreas para deslocamentos internos e tirou 13 dias de férias para nos acompanhar nos passeios.

Bangkok

Bangkok, capital da Tailândia, é uma metrópole impressionante, multicultural e efervescente. Excêntrica e exótica por natureza. Iluminada, com inúmeros e imensos shopping-centers e arranha céus majestosos.

Amamos andar de Tuk Tuk (motocicleta com três rodas) que permite uma visão de 360 graus das ruas. Um meio de transporte popular, barato e de fácil locomoção num trânsito caótico.

Visitamos o templo Wat Pho que possui a maior coleção de imagens de #Buda, com destaque para o Buda Reclinado, com 46 metros de comprimento.  Abriga uma escola de medicina tailandesa e é o berço da massagem tailandesa tradicional. Tudo lindo!

Nesse dia fomos enganadas por um condutor de Tuk Tuk (Gabriela não estava com a gente). Ele disse que o templo só abriria depois do almoço, mas que poderia fazer um tour alternativo para não ficarmos esperando. Aceitamos e percebemos o engano quando ele começou a nos levar para o comércio de pedras preciosas.

Não pudemos visitar o Grand Palace Bangkok, residência oficial do rei da Tailândia desde o século XVIII até o século XX, pois exatamente na data que estávamos lá aconteceu o ritual de cremação do rei Bhumibol Adulyadej. Muito interessante observar que a população local e as que vieram de outras regiões para participar do cortejo, estavam vestidas de preto. Uma multidão de preto ocupando a cidade, simbolizando o luto e a reverência ao seu Imperador.

A experiência no mercado flutuante também foi marcante. Fomos de lancha pelo rio. Ao chegar lá, as mercadorias são vendidas nos barcos. Entre elas: comidas, frutas exóticas, banana, manga, sorvete de coco, artesanato diversificado, roupas estampadas, cangas, entre outras.

As massagens tailandesas são especiais. A melhor é a relaxante dos pés, ombros e cabeça.  Uma técnica ancestral passada de geração em geração.

Chiang Mai

Chiang Mai é um dos maiores centros de artesanato da Tailândia.  O Night Market é animadíssimo! Barracas com artesanatos, roupas e ótimos restaurantes. Não tivemos coragem de experimentar os insetos comestíveis, como: escorpião, bicho de seda e larvas.

Chiang Mai também tem templos decorados. Entre os que mais gostamos o Wat Chedi Luang, que abriga o Budas de Esmeralda e o Wat Srisuphan, o templo de prata.

Visitamos uma aldeia indígena, a tribo Karen, conhecida pelas mulheres de pescoço comprido. Elas usam anéis de bronze em volta do pescoço com o objetivo de honrar a ancestralidade. Tivemos a oportunidade de interagir e conhecer suas histórias, quando ficamos muito emocionadas e sensibilizadas.

É um grupo tribal vindo das colinas de Myanmar, perto da fronteira tailandesa. São refugiados, sem pátria. Vivem numa comunidade onde os homens trabalham no campo e em fazendas e as mulheres trabalham com artesanatos e tecelagens de cores vivas e alegres.

Um de nossos sonhos era ter uma interação com os elefantes. Para isso, procuramos uma reserva que protege e cuida daqueles que passaram por maus tratos, garantindo, dessa forma, a ética e o respeito. Foi muito emocionante alimentá-los e, mais ainda, subir em suas costas e sentir um frio na barriga quanto eles ficavam em pé.

Minha mãe, com 82 anos, treinou durante dois meses no aparelho de #pilates chamado barrel com o objetivo de fortalecer os músculos das pernas para subir no elefante. No momento inicial teve dificuldades, e sem saber falar inglês disse para os cuidadores terem paciência que ela ia conseguir subir no elefante. Foi uma conquista quando isso aconteceu.

Para dar banho nos elefantes fizemos uma desafiante caminhada de 200 metros. A cada passo os nossos pés afundavam até os joelhos num barro mole. Levamos mais tempo do que imaginávamos e quando pensávamos em desistir, minha mãe dizia:

“Vamos em frente, isso é terapêutico, joguem na lama todas as lembranças negativas”.

E assim chegamos ao rio com lama dos pés à cabeça.

Começamos o processo de dar banho nos elefantes com um balde. Só que eles nos deram mais banho do que o contrário. Um filhote de elefante, muito levado, corria ininterruptamente até um monte e de lá pulava no rio, nos derrubando divertidamente.

Algo inusitado, afetivo e alegre. Saímos revigoradas. Plenamente realizadas e felizes.

Visitamos também um local onde fazem sombrinhas coloridas e estampadas. Delicadas e bonitas. Fomos surpreendidas com as chinesas pedindo para tirar fotos. Não estão acostumadas com ocidentais, por isso nos consideram exóticas.

Phuket

Phuket é a maior ilha da Tailândia. Um destino paradisíaco. Cada dia uma surpresa. Tudo apaixonante!

Fizemos um passeio de lancha nas ilhas de Coral e Racha. um tour de carro visitando todas as praias. Fomos, algumas vezes, a Kata: uma praia larga, com pontos de snorkel e mergulho, opções de massagens ao longo da praia e ótimos restaurantes.

Tânia recorda:

“Havia muitos turistas chineses. Ficamos admiradas com o medo que tinham da água (muitos estavam vendo o mar pela primeira vez). As jovens, lindamente produzidas, estavam mais interessadas em tirar fotos do que em mergulhar. Desfilavam nas areias das praias, faziam poses, trocavam de roupas e seus namorados clicando ininterruptamente. Depois descobrimos que na China tem mais homens do que mulheres, por isso, os namorados fazem de tudo para agradá-las.”

Phiphi  

O deslocamento em Ferryboat de Phuket para Phiphi foi fantástico.  Phiphi é uma ilha onde não circulam carros, mas a vida noturna é agitada e contagiante. Tem baladas nas praias, luau, shows de malabaris com fogo. Bares e restaurantes com culinária diversificada.

Passamos o dia em Long Beach e conhecemos a praia dos macacos. Eles aproximam dos turistas de forma alegre e interativa, mas, é preciso ter cuidado. Quando menos se espera eles levam os óculos, chapéu e o que estiver ao seu alcance.

Amamos Maya bay, a praia mais famosa do país por ter sido cenário do filme “A praia”, com Leonardo DiCaprio. Na parada para mergulho ficamos preocupadas se mamãe teria forças no braço para subir novamente na lancha. Quando ela percebeu a nossa intenção de limitar essa vivência tão fantástica, foi a primeira a se jogar ao mar.

Foi maravilhoso mergulhar de snokel e admirar centenas de peixes coloridos. Vimos o pôr do sol, sentadas à beira mar, tomando cerveja e saboreando lula empanada. Ficamos extasiadas com tanta beleza.

Krabi

O Ferry de Phiphi para Krabi também possibilitou vistas paradisíacas. A chegada em Krabi foi surpreendente.

Fizemos um passeio de lancha para as sete ilhas, com várias paradas para mergulhos que ficaram cravados no corpo e na alma.

Quando a lancha parou para descermos em Phoda Island, o guia explicou que iríamos pegar um longtails (barcos charmosos da Tailândia), mas que poderíamos deixar os pertences naquela lancha, pois iríamos voltar. Gabriela não estava e não entendemos a explicação. Ficamos desesperadas sem saber o que fazer, mas um português, que estava perto, explicou tudo e nos tranquilizou.

Quando descemos na ilha percebemos que tinham mais de 50 longtails, todos enumerados, só que não observamos o número do nosso, correndo o risco de voltarmos para outra embarcação. Eu disse:

“Tânia, socorro, cadê o português?”

Nisso, aparece outro rapaz:

“Queres um português? Aqui estou”.

Por sorte, estava na mesma embarcação e mostrou qual longtail nos levaria de volta à lancha.

O ponto alto desse passeio foi a parada na praia de Phranang Cave, com direito a jantar na areia da praia apreciando o pôr do sol. Outra vivência inesquecível foi o mergulho noturno para ver plânctons.

O passeio a quatro ilhas (Hong Island) também possibilitou cenários cinematográficos com inúmeras paradas para banho e mergulho em águas cristalinas e quentes, com centenas de peixes nos acompanhando. Almoçamos numa das ilhas e fizemos trilha na reserva florestal.

Gratidão a Gabriela, que nos possibilitou tanta alegria e plenitude. Foi muito desafiador sairmos do comodismo e nos aventurarmos para um país tão distante.

Helida afirma:

“É difícil traduzir o significado desta viagem. Foi um teste na medida certa para meus 82 anos. Passei em todas as provas e desafios: subir no elefante sem escada, andar na lama atolando até próximo do joelho, saltar do ferryboat num mar agitado, numa altura de um metro e meio e cair em pé no outro barco. Foram momentos sensacionais. Estar nesse paraíso em família e com uma amiga foi o maior presente da viagem.”

Ao ler essa crônica, eu convido você a romper com a rotina sempre! Crie momentos prazerosos que impedem o adoecimento do corpo e da alma.

Existem lugares belíssimos no Estado onde você mora. É possível viver experiências como essa na dinâmica do gasto mínimo.  È preciso sonhar, festar, esperançar, confiar e ir ao encontro do novo. 

Imagem: Arquivo pessoal

Beatriz Herkenhoff é  doutora em serviço social pela PUC São Paulo. Professora aposentada da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo). Autora do livro Por um Triz – Crônicas sobre a vida em tempos de pandemia.

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