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TRANSTORNOS ALIMENTARES E SEUS PERIGOS

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Os padrões de beleza seguidos na atualidade, onde as mulheres exibem corpos definidos ou muito magros, podem trazer à tona um problema muito grave como os transtornos alimentares, que pode levar à morte, e atinge especialmente os jovens. – Denise Paciornick

Estamos falando dos Transtornos Alimentares (TA), que compreende qualquer padrão de comportamento alimentar que causa prejuízos à saúde. Geralmente, estas disfunções aparecem na infância e na adolescência.

Não é raro ouvirmos notícias com casos de meninas e meninos que sofreram bullying na escola, desenvolveram um Transtorno Alimentar, e, em um número considerável, encontraram a morte prematuramente. O problema não se restringe a um grupo, pode acontecer com jovens e adultos, independente de sexo e classe social.

A obsessão pela magreza toma proporções cada vez mais perigosas, e de tempos em tempos, surgem novas modas que acabam tirando a vida de milhares de pessoas que morrem tentando encontrar o corpo perfeito. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, 90% dos casos acontecem com mulheres, mas nos últimos anos, houve um aumento significativo dos transtornos no público masculino. No Brasil, a Anorexia ocorre, em 40% das situações, na adolescência. Aproximadamente, 22% das mulheres entre 15 e 25 anos, possuem algum sintoma destes distúrbios. Um estudo, realizado em 2011, com adolescentes de 14 a 19 anos, no sul do Brasil, apontou que 15,95% das adolescentes apresentavam algum sinal de Anorexia.

Os transtornos normalmente acontecem devido à distorção da imagem própria, e de acordo com alguns estudos, certas mulheres estão insatisfeitas com o próprio corpo, mesmo que aos olhos dos outros, estejam em ótima forma. Essa autoimagem distorcida é muito comum, mas não costuma ser tão grave a ponto de ser a única causa para o desenvolvimento da Anorexia Nervosa.

O índice de mortalidade por Anorexia Nervosa atinge entre 15% e 20% dos casos. Eles estão associados a complicações clínicas ou a suicídios, pois a depressão pode manifestar-se no decorrer dessa doença. A grande verdade é que a Anorexia é uma doença psicológica e é a que mais mata no mundo todo.

Geralmente, o paciente com este transtorno não percebe o problema, pois acha normal querer controlar a alimentação, e isso, apesar de amigos e familiares insistirem em dizer que está magro/a demais e que deve se alimentar melhor, o/a paciente nega a informação e se preocupa em como emagrecer ainda mais. Além disso, na maioria das vezes, se recusam a procurar um especialista.

Existem vários sites, comunidades e blogs na internet que apresentam informações sobre os grupos pró-annas, forma “carinhosa” de chamar a pessoa com Anorexia. Estes grupos mantêm informações sobre como agir em caso de fome, como enganar os pais e outras dicas que preocupam médicos e familiares

Fernanda Fahel é um exemplo de superação da Anorexia. Aos 12 anos, enquanto comprava roupas, ouviu a dura frase de seu pai “Você está parecendo um balão”. Depois disso, passou a seguir várias dietas e a fazer exercícios em casa. Quando perdeu um pouco de peso, já havia se tornado um vício. Nessa época, ela ainda não fazia ideia de que poderia ser o início de uma Anorexia ou Bulimia. Mas ela começou a emagrecer cada vez mais, não comia e sempre vomitava quando a forçavam a comer. Enquanto isso, seus pais acabavam a elogiando porque ela tinha emagrecido. Ela acreditava estar fazendo a coisa certa.

Talvez, a verdadeira razão por Fernanda ter desenvolvido transtornos alimentares tenha sido a busca pela aceitação de seus pais. Ambos são atletas e sempre prezaram pela boa saúde. Em sua cabeça, foi fixada a ideia de que ele só a amariam se fosse magra. Hoje ela consegue ver que isso não é verdade, que eles se importam muito mais com a beleza que vem de dentro. Além disso, ela acabou sofrendo muito com bullying na escola, por sempre ser “diferente”.

Até os 13 anos, Fernanda morou no Japão e frequentou as escolas de lá, as crianças a zombavam por ser alta demais, por ser gordinha, por ter cabelos ondulados, por ter olhos maiores que os deles, etc. Entretanto, na verdade o que a fez definhar, fazendo com que ela fosse diagnosticada com Anorexia Nervosa, foi seu trabalho como modelo. De acordo com ela, o mundo da moda é muito cruel, e ela era chamada de cabide humano. Ela diz que não vê nada de humano nisso e que não se importam com a saúde das modelos, mas que felizmente, conseguiu se livrar deste problema.

A família percebeu cedo as mudanças na alimentação de Fernanda, e ela conta que sua mãe sofreu muito, pois se sentia impotente por não conseguir ajuda-la. Então seus pais decidiram que era hora de buscar ajuda especializada. Quando iniciou seu tratamento, ela não queria ser ajudada, pois achava que daquele jeito estava bem, mesmo sofrendo, passando mal diversas vezes e sabendo que muitas pessoas ao seu redor estavam tristes e preocupadas com o que estava acontecendo com ela.

Fernanda decidiu melhorar de verdade, no entanto, quando viu uma amiga na mesma situação que ela que veio pedir conselhos sobre como emagrecer mais. Foi aí que ela se deu conta do que estava acontecendo, e percebeu que não podia servir de exemplo para que outras pessoas ficassem anoréxicas.

Ela colocou na cabeça que precisava ser vista como uma pessoa que superou estes problemas. A partir deste momento, Fernanda passou a levar a sério o tratamento que consistiu em um tratamento multidisciplinar com nutricionista, psicólogo e psiquiatra. Precisou tomar suplementos para ganhar peso e seguir uma dieta, além de tomar remédios antidepressivos que a ajudaram muito. Atualmente, ela não precisa tomar mais nenhum tipo de remédio.

Hoje, ela consegue perceber os riscos que correu, e, com a intenção de alertar de forma geral as pessoas como pais e a sociedade sobre os perigos, Fernanda criou um blog que tem o objetivo de chamar a atenção para os perigos dos Transtornos Alimentares. Ela acredita que Anorexia e Bulimia, assim como outros distúrbios, são doenças psicológicas graves e precisam ser acompanhadas rigorosamente.

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