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Por: Adriana da Silva
Lembro que retratavam avós de óculos, bochechas redondas, usando aventais e assando bolos deliciosos ou sentadas em cadeiras de balanço fazendo tricô
A menos que você seja uma integrante da geração Baby Boomer, duvido que conheça alguma avó parecida com as das histórias infantis, é bem provável que hoje a sua avó te escandalize surgindo com um namorado novo e uma tatuagem gigante de dragão no braço.
Os tempos mudaram e as pessoas com 40+ mostram que a juventude está se prolongando e não é apenas uma questão estética, é uma forma de vida.
A população idosa está crescendo de um jeito inovador.
A longevidade é tema de estudos, as Blue Zones ou Zonas Azuis são as regiões no mundo com concentração de pessoas acima de 100 anos. Elas se localizam na província de Nuoro – Itália, ilha de Okinawa -Japão, Nicoya – Costa Rica, Ilaria- Grécia e Loma Linda – Estados Unidos.
Lugares tão distintos que adotam um estilo de vida comum baseado em alimentação saudável, prática de exercícios físicos, fé, propósito de vida, convívio com a família, participação em grupos de amigos e consumo de reverastrol.
Até aqui parece óbvio, afinal, todos nós conhecemos os conceitos de bem-estar, equilíbrio e dieta.
O surpreendente é descobrir por exemplo que a prática de meditação ou tai chi chuan em parques públicos além de exercitar o corpo e a mente possibilita a interação generacional, ou seja, independente de quantos anos você tem, é possível criar laços de amizade com pessoas das mais diferentes idades.
Já ouviu falar das ageless? Literalmente são as pessoas com um estilo de vida sem idade.
Particularmente convivo com muitas delas, a Aninha se autodeclara uma envelhecente youtuber e bailarina, a Helena é digital influencer, a Cecília é ativista, a Filó é modelo de passarela, a Maria Eugênia é maratonista e autora de livros, todas 70+ e com milhares de seguidores de todas as idades.
Elas são admiradas pelas jovens que dizem “eu quero ser como você amanhã “.
As perennials são as mulheres que fisicamente não demonstram a idade cronológica, tem amigos de 20 a 100 anos, são tecnológicas e não se importam com a opinião alheia, podem decidir ficar com cabelos brancos aos 30 ou usar shorts aos 80 anos.
Um dos segredos delas é o relacionamento social, mesmo tendo uma família, convivem intensamente com uma rede de amigos criada para conversar, rir, contar segredos e se divertir.
Elas sonham com uma Co-Housing que mistura resort com arquitetura segura para a terceira idade, um centro de convivência e lazer num lugar paradisíaco.
Os centenários da Zona Azul são constantemente questionados sobre como viver com qualidade de vida, eles sorriem e respondem com serenidade que não sabem explicar porque vivem felizes por tanto tempo.
Pesquisadores descobriram algumas pistas…. eles vivem o coletivo, seja com a família ou amigos, por exemplo, não só conhecem os vizinhos como estão prontos a ajudá-los se precisarem de algo. O relacionamento é baseado na confiança, eles sabem que podem contar com a rede de apoio.
A alegria é outro combustível da longevidade, eles encaram a vida com leveza, sem complicar, sem criar atritos imaginários.
Vivemos numa sociedade que está envelhecendo e precisa respeitar os idosos. Infelizmente é comum ver talentos desperdiçados nas empresas que substituem os seniors como se fossem equipamentos ultrapassados.
O ideal seria unir a sabedoria e a inteligência emocional dos mais velhos com a inovação e ousadia dos mais jovens, afinal, já ficou provado que Inclusão e Diversidade são um bom negócio, trazem lucros e melhoram a imagem e reputação da empresa.
Muito além do retorno financeiro a convivência com a geração prateada traz riqueza de experiências e troca de conhecimentos.
Quantos de nós já passou horas ouvindo as histórias inspiradoras contadas por pessoas mais velhas e terminou com mudança no mindset, cheia de esperança, acreditando que tudo é possível?
“Não é verdade que as pessoas param de perseguir os sonhos porque envelhecem, elas envelhecem porque param de perseguir os sonhos.” Gabriel García Márquez
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