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CONHECIMENTO NA BAGAGEM

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A vontade de mudar a rotina e sair do meio corporativo fez com que um casal deixasse tudo para trás e fosse em busca de novas experiências – MICHELE VITOR

Quem nunca pensou em tirar um tempo para si, deixar o emprego e aproveitar para estudar e conhecer lugares diferentes? No caso de Larissa Mungai, 25 anos, e Bruno Hohl, 35, essa decisão foi muito além de um período distante do mundo corporativo. Os dois decidiram mudar completamente a rotina, deixar o emprego para trás e se dedicar a uma vida itinerante.

Aproveitando a experiência adquirida na área de desenvolvimento de pessoas – ela é formada em Administração e Negócios Sociais e ele é Engenheiro de Produção com experiência em Desenvolvimento de Líderes e RH –, o casal decidiu criar uma empresa social, a Moporã na Estrada, com o objetivo de oferecer programas para ajudar jovens a encontrarem seus caminhos pessoais e profissionais.

Segundo Larissa, a ideia, que foi construída e lapidada pelos dois, surgiu em decorrência de um incômodo comum a respeito da percepção da escassez e restrição de acesso a ferramentas que possibilitam trabalhar o autoconhecimento.

“Ao longo de nossa trajetória profissional, vimos que esse conhecimento é acessado somente pela alta liderança de grandes empresas e por pessoas com muitos recursos financeiros. A nossa causa gira em torno da democratização do autoconhecimento, pois acreditamos que essa é a chave para uma sociedade formada por pessoas autônomas e detentoras de seus recursos internos, para alcançar o empoderamento”, conta a jovem.

Após a criação da empresa, o casal decidiu que seria preciso expandir essas possibilidades para jovens de todo o país. Foi então que surgiu o projeto Moporã na Estrada. “Nós sempre gostamos de viagens. Em um primeiro momento, a ideia surgiu como forma de desconstruirmos a nossa própria realidade. Queríamos sair de São Paulo e viver outras experiências. O objetivo era sair do universo corporativo, morar em diferentes lugares e ter contato com diversas pessoas. Mas, chegamos à conclusão de que somente uma viagem turística não faria muito sentido. Nosso objetivo era maior: queríamos entregar algo para o mundo”, explica Larissa.

NA ESTRADA

Foi então que o casal vendeu o apartamento em que morava e tudo o que tinha em São Paulo e comprou um motor home – veículo que serve como residência, transporte e até mesmo escritório. A partir daí os dois aderiram a um estilo de vida nômade, viajando pelo Brasil e oferecendo cursos por onde passavam. “Levamos materiais, orientação, coaching, oficinas e palestras para cidades pequenas, nas quais o acesso a esse tipo de conhecimento costuma ser escasso. Nosso objetivo é ajudar os jovens a descobrirem seus potenciais, além de ensinar o que precisam para se empoderar e tomar as rédeas da própria vida, conseguindo assim fazer escolhas mais conscientes”, diz.

Para Larissa, muitas mudanças envolveram a escolha do casal. “Saímos do mundo corporativo para empreender. Entregamos nosso apartamento e vendemos ou doamos tudo o que tínhamos. Depois de adquirir nosso motor home, caímos na estrada. Hoje, estamos em um lugar diferente a cada dia. Somos os donos da nossa agenda e do nosso roteiro”, compartilha.

Ela explica que para atingir uma grande quantidade de jovens os cursos são oferecidos gratuitamente, mas, para viabilizar o projeto financeiramente, também são desenvolvidos cursos pagos.

“Somos uma empresa social de educação, com foco voltado para o autoconhecimento. Temos uma parte social e outra composta por cursos que nos ajudam a subsidiar este braço, no qual oferecemos conteúdos, cursos on-line, oficinas e palestras presenciais nas cidades onde o acesso a esse tipo de conhecimento é escasso. Nosso último minicurso on-line gratuito impactou cerca de 14 mil pessoas”, explica Larissa.

De acordo com ela, os trabalhos podem variar de três horas a um dia e meio, dependendo da necessidade e vontade das pessoas do local. Já para o trabalho físico, é preciso contar com a ajuda de um anfitrião, ou seja, alguém da comunidade que deseja atuar como agente de transformação. “Essa pessoa nos ajuda com a logística, divulgação e captação de pessoas interessadas em participar dos trabalhos”, conta.

Na parte presencial, o projeto inclui oficinas de criatividade, métodos para adquirir novos aprendizados e sessões de cinema com rodas de bate-papo sobre empoderamento. “As atividades são estruturadas em etapas que procuram incentivar a consciência sobre valores, além de auxiliar na descoberta de habilidades e na criação de um propósito de vida. São essas etapas que ajudam a estabelecer caminhos e possibilidades futuras. Por esse motivo, todos os conteúdos são voltados para o público jovem, que está na primeira fase profissional, pois costuma ser nesse momento que surgem questionamentos sobre o projeto de vida e muitas vezes não existe um apoio adequado para essa reflexão”, afirma Larissa.

Para a empreendedora, os principais pontos positivos do projeto são as experiências que o casal vive a cada dia e a sensação real de estarem de fato cumprindo o propósito de ajudar centenas de pessoas a encontrarem seus caminhos. “Além disso, nossa autonomia e liberdade criativa nos dão muito prazer e felicidade”, Larissa conclui.

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