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As mudanças constantes no mercado de trabalho assustam todas as gerações. Mas será que a idade é um fator determinante para se conseguir o sonhado emprego, estamos contra o relógio? – LUCIANA BRUNCA
Sou jovem ou velho demais para o mercado? Com certeza, você já ouviu essa frase ou até mesmo já se questionou sobre o assunto. E, claro, a resposta nem sempre é tão fácil de ser encontrada. Estudos e pesquisas mostram que o mercado está mudando sua postura, tanto em relação aos jovens quanto aos mais velhos.
“Não diria que o mercado de trabalho faz distinção de idade, e sim que nós, como seres humanos, fazemos isso. Imagine que eu mesmo, ao ser atendido por uma jovem médica, me senti um pouco incomodado, pensando se ela teria de fato a competência necessária para me atender.
Então, pense em quantas vezes nós fazemos isso com os profissionais mais jovens ou mais experientes. Sendo assim, o mercado, que somos nós, ainda é preconceituoso, mas está mudando muito”, afirma Fábio Augusto Vieira, especialista em Recursos Humanos e autor do livro O Líder Humano: Inspirando Pessoas e Carreiras Produtivas.
BARREIRA EMOCIONAL
O sentimento de que a idade é um delimitador da capacidade é um dos grandes desafios que os profissionais mais experientes precisam superar, segundo Vieira. “O único fator que define a competência é a visão de cada um. Muitos profissionais mais velhos vivem do passado. Sempre que sou questionado sobre isso, respondo para que o profissional jamais diga que no seu tempo era diferente ou melhor. É preciso entender que o seu tempo é agora, que o seu presente também é agora”, diz.
A competividade no mercado é grande e, além de avaliar a idade e a experiência, os empresários veem como fundamental a capacidade do profissional em ser cooperativo e colaborativo. “As empresas não querem um robô, mas sim uma pessoa que saiba trabalhar bem em equipe, e que suporte certo grau de pressão, além de sua técnica, claro. Esta última não é a única característica fundamental atualmente. Hoje, o profissional precisa ter 60% postura e 40% técnica”, explica o especialista.
Mesmo diante de uma mudança de cenário, as dúvidas na cabeça dos profissionais continuam. Como sabe se estou velho ou jovem demais para o mercado? É possível fazer um auto avaliação para descobrir? Para Vieira, isso tem muito a ver com a percepção da própria maturidade. “O jovem que não tem uma boa postura no trabalho, não sabe ouvir não e não respeita a cultura da empresa realmente é imaturo para o mercado, que se encarregará de tirá-lo. Já sobre ser velho demais, é a percepção de quem, acima de tudo, tem medo da competição. Esqueça o jovem profissional, pense no colega como um par, viva o presente e aprenda com ele, não queira ser o seu mestre”, finaliza.
COMO SE ADEQUAR ÀS EXIGÊNCIAS DO MERCADO DE TRABALHO?
PARA OS MAIS JOVENS
O jovem é mais impetuoso, busca conhecimento como água e dificilmente tem medo
• Inovação é uma característica muito procurada atualmente. Não tenha medo de arriscar;
• Entender e respeitar a cultura de uma empresa é imprescindível para cultivar uma carreira de sucesso lá dentro;
• Não tome a opinião dos mais velhos como obsoleta. Respeite o seu conhecimento e aprenda com sua experiência;
• Seja sempre solícito a ajudar e ensinar o próximo. Em um mundo cada vez mais competitivo, ser individualista é uma opção sedutora, mas quem não sabe trabalhar em equipe não vai muito longe na vida profissional. Lembre-se: o sucesso de um é o sucesso de todos – e vice-versa.
PARA OS MAIS VELHOS
Os mais velhos têm a maturidade, o equilíbrio emocional, e cometem menos erros naquilo que fazem
• Não fique preso a paradigmas do passado, atualize-se e ande ao lado do mercado;
• Não despreze a sua experiência. Todo conhecimento adquirido ao longo da sua carreira é muito valioso, use-o como diferencial;
• Mesmo que um colega mais jovem não tenha a sua bagagem, ele certamente terá coisas novas a acrescentar. Dê ouvidos e importância aos mais novos também, sem se sentir diminuído por eles;
• Não deixe de estudar nunca. Se capacite cada vez mais e se abra para aprender coisas novas.
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