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Cuidados na gravidez

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Michele Vitor

A gestação é um dos momentos mais felizes da vida da mulher. Mas, em alguns casos, é preciso tomar alguns cuidados específicos para garantir a segurança da futura mamãe e do bebê.

Qual foi a mulher que nunca sonhou em ser mãe? A maioria das mulheres carrega dentro de si essa vontade desde a infância quando ainda brincavam com suas bonecas. E, quando esse momento se torna realidade, é impossível não se emocionar com a gravidez.

A descoberta da gravidez é momento de extrema felicidade para a mulher e todos os envolvidos na vida dela, e, tanto para os casais que planejam esse momento quanto para aqueles que recebem a notícia como surpresa, não dá para evitar-se a emoção.

No entanto, junto com a emoção desse mágico momento, outros sentimentos também tomam conta da mulher e de seu parceiro. Ao mesmo tempo chegam o choque da notícia, a felicidade, o medo da nova vida, a falta de conhecimento e de preparo e a preocupação com os cuidados necessários para manter a saúde e a segurança da futura mamãe e do bebê nesses nove meses.

A nova fase exige alguns cuidados para que a gestação seja normal e sadia e para que a mulher consiga manter a gravidez até o fim. No entanto, existem alguns casos que exigem cuidados a mais para garantir a segurança dos dois. São as chamadas ‘gravidez de risco’.

É o caso da radialista e engenheira agrônoma Carol Chab, de 28 anos, grávida de seu primeiro filho e diagnosticada com trombofilia, que significa uma grande possibilidade de desenvolver trombose durante a gestação. “Eu entendo que os cuidados que devo ter são maiores do que os de outras mulheres, mas vale a pena. Preciso fazer uso de medicação especial, meia de compressão, fazer caminhadas leves e repousos e evitar ficar muito tempo parada na mesma posição”, comenta Carol.

A radialista descobriu que tinha trombofilia sem nenhum trauma anterior. “Eu tenho histórico familiar propenso a essa doença. Procurei um médico geneticista e fiz uma pesquisa genética que já está disponível em alguns planos de saúde. E, meus exames deram positivo, ou seja, eu apresentava um grande risco de sofrer aborto e trombose”, afirma Carol.

A radialista afirma que todas as mulheres precisam ficar atentas a esse problema. “Essa é uma doença que qualquer mulher pode ter. Existem alguns fatores de risco sim, como a obesidade, fumo, sedentarismo e outros. Mas, também existe o fator genético que tem grande importância”, comenta.

É preciso ter cuidados para manter a saúde e não deixar que eles virem uma neurose. “Sabemos que durante esses nove meses temos uma vida dentro de nós, mas, ao mesmo tempo, não podemos deixar de viver a nossa vida com qualidade, afinal, gravidez não é doença”, ressalta Carol.

O que deve ser evitado para manter a saúde da mulher e do bebê são os excessos e atividades como exercícios físicos muito pesados, doar sangue, fazer tatuagens e o uso de álcool e cigarro. Já atividades como pilates e ioga são recomendadas, pois auxiliam na manutenção do equilíbrio, na força muscular e na fl exibilidade. Além disso, essas atividades ajudam a preparar o corpo feminino para as mudanças físicas da gravidez e para o momento do parto.

Gravidez de múltiplos

Uma das principais características da atualidade é que as mulheres estão deixando para se tornar mães mais tarde o que muitas vezes difi culta a gravidez. Com isso, muitas optam por tratamentos como os de ‘fertilização in vitro’, que apresentam grande probabilidade de gestação de múltiplos.

Nesses casos, o cuidado deve ser ainda maior, pois a gravidez de múltiplos está associada a maiores riscos tanto para a saúde da mãe quanto para os bebês. Entre os principais problemas estão: pré-eclâmpsia (pressão alta gestacional), malformação, abortos espontâneos e bebês prematuros.

Mas, investindo em cuidados específi cos é possível passar por todo o período de gravidez sem apresentar problemas para a mãe e os bebes. Uma das principais características necessárias na prevenção de problemas nesse tipo de gestação é o repouso. Por estar associado a um maior peso, a mulher precisa evitar fazer muito esforço, cuidar da circulação e controlar o peso. Esse último ajuda a evitar a incidência de diabetes gestacional e a reduzir as chances de um parto prematuro.

Além desses cuidados, as grávidas em geral, e principalmente, as de múltiplos, devem se alimentar de forma balanceada, fracionando as refeições e optando por alimentos mais saudáveis, como frutas, legumes, verduras e fi bras. Os exercícios devem ser mantidos, mas de forma moderada. Principalmente as grávidas de múltiplos devem evitar exercícios de impacto ou que possam causar perda de equilíbrio. Os mais recomendados são caminhadas leves e hidroginástica. Com todos esses cuidados é possível levar a gravidez até o fim da melhor forma possível.

Enquanto isso, como fica a vida profissional da mulher…

Esse é um dos principais medos das mulheres que serão mamães. Apesar de viverem uma das fases mais importantes e aguardadas, muitas se perguntam como será e o que fazer com a vida profi ssional durante e após a gravidez, afi nal, com o nascimento de um bebê, nasce também uma mãe e uma nova vida.

Todos os anos têm aumentado o número de mulheres grávidas que continuam trabalhando, isso porque já está comprovado que trabalhar não prejudica o bebê. Além disso, as mulheres atuais estão mais ativas do que nunca. As exceções são para as mulheres que apresentam gravidez de risco.

A radialista é um dos exemplos de gestantes que continuam investindo na vida profissional apesar de tomar alguns cuidados extras por conta do diagnóstico de trombofilia. “Continuo trabalhando todos os dias e não pretendo deixar de lado a minha profi ssão por causa da gravidez. Quero agregar os dois”, afi rma Carol.

Para manter a rotina de forma saudável, o ideal é que as mulheres grávidas adaptem a sua função profi ssional à gravidez de maneira que se sintam seguras. É preciso aliar boas refeições e descanso sempre que sentir necessidade. Além disso, devem ser evitadas muitas horas extras e viagens prolongadas sem acompanhamento médico. “A gravidez é um momento único, especial, mas, ao mesmo tempo, não pode se tornar o único foco da vida. A gestante também tem pessoas ao seu redor, tem profissão e hobbies. O bom mesmo é poder unir tudo isso”, diz Carol.

As principais dicas para continuar na ativa e evitar problemas com o bebê são pausas a cada três horas, caminhar, fazer alongamentos, elevar os pés algumas vezes ao dia para facilitar a circulação e evitar inchaços e ir ao banheiro sempre que sentir vontade.

Seguindo todos esses cuidados é possível levar uma gestação saudável e assim no fi nal do período, decidir junto com o médico qual é o melhor período para parar de trabalhar. Existem mulheres que trabalham até o último dia da gravidez, outras escolhem parar as atividades algumas semanas antes. Mas, tudo depende da disposição de cada uma.

No entanto, vale a pena lembrar que quando o parto se aproxima, a mulher tende a se sentir mais cansada, e com isso, se torna difícil manter o trabalho no nível de sempre. É importante também deixar um pouco de tempo para descansar, pois esses serão os últimos dias que a futura mamãe poderá dormir sem as preocupações de ter que acordar com choro do bebê.

A importância do pré-natal

Independente de ser uma gravidez de risco ou não, é de extrema importância que as mulheres façam o pré-natal e sigam a risca as orientações médicas.

O pré-natal é o acompanhamento médico que toda gestante deve ter para manter a própria saúde e a do bebê. Durante os nove meses de gestação são realizados exames laboratoriais que tem como objetivo identifi car e tratar possíveis doenças da futura mamãe e da criança.

Para que seja efi caz, é importante que a gestante comece a fazer o pré-natal assim que for confirmada a gravidez ou antes de completar três meses de gestação. Durante o pré-natal as gestantes recebem orientações sobre alimentação, atividades físicas, sexo na gravidez entre outros.

Segundo a radialista Carol, é importante anotar todas as dúvidas para perguntar ao médico. “Essas consultas esclarecem todas as nossas dúvidas e nos deixam mais seguras em relação a ter um fi lho. Para as mães de primeira viagem, como eu, é importante falar sobre todas as dúvidas que temos em mente, mesmo que pareçam bobas. Eu costumo fazer uma lista de perguntas e não tenho vergonha de fazer ao médico”, comenta.

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