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Por: Adriana da Silva
Quem foi que nos apartou como gado e nos marcou a ferro e fogo com seus símbolos de dominação, submissão e propriedade?
Quem foi que nos tornou fanáticos soldados de suas guerras particulares, sem nação e sem noção?
Quem foi que nos dividiu em bandas e bandos, nos deu rótulos e conceitos baseados nos seus interesses e preconceitos?
Quem foi que usando o nome de Deus nos obriga a odiar, agredir e discriminar irmãos?
Quem foi que nos tirou a alegria dos encontros e a felicidade do estar?
Que nos cegou os olhos, nos impedindo de ver o horizonte, o amanhã e o ser mais próximo?
Quem nos tapou os ouvidos a todos os cantos e encantos do sagrado sentido do ouvir, sentir e perceber?
Quem foi que lavou nossos cérebros e mentes, a ponto de só nos deixar ver um lado, uma parte, o pior pedaço?
Quem foi que nos obrigou a trocar o mel pelo fel, a sabedoria pela ignorância, o conhecimento pelo analfabetismo, a gentileza pela agressão?
Quem foi que nos roubou a identidade, a personalidade e os valores?
Quem foi que nos tirou a liberdade de ser, de pensar, de escolher como viver? Quem nos ensinou o canto de uma nota só quando sabemos que existe um imenso universo de cantos e encantos?
Quem foi que desautorizou os ensinamentos dos nossos pais e mães e nos impõe trocar a palavra pelo grito, a compaixão pela intolerância, o amor pelo ódio?
Quem foi que nos ensinou a abandonar os amigos, os conhecidos e familiares por absoluta demência, sem humanidade e essência, em busca cega e louca por falsas crenças?
Quem foi? Quem é?
Quem foi? Foi Você, fui Eu, fomos Nós, que aceitamos dançar a música que não nos dá alegria, que nos entristece, enraivece, emburrece, embrutece, adoece e mata!
Quem foi? Fui Eu, foi Você, fomos Nós, que nos permitimos alienar, que nos deixamos dominar, que optamos em nos fechar, isolar, apequenar!
Voltemos pois, com pedido de desculpas e perdão, aos braços amigos, às paixões verdadeiras, à alegria de ser e estar, à fé que abandonamos, às crenças no amor, ternura, trabalho, solidariedade, generosidade, no conhecimento, na ciência, na gente e na humanidade.
Antônio Carlos Aquino de Oliveira
Bahia – 23.03.2021
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