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Roedores podem ter hibernado há 34 milhões de anos para sobreviver, diz estudo

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Por: Adriana da Silva

De acordo com um estudo feito por um grupo de cientistas financiados pela Swiss National Science Foundation (SNSF), roedores podem ter usado da estratégia de hibernação para sobreviver ao início da era glacial quaternária – o período geológico atual

Roedores podem ter hibernado há 34 milhões de anos- Ilustração

Com isso, a pequisa leva a crer que a característica não seja algo de agora, mas que exista entre a espécie há 34 milhões de anos. Os resultados foram publicados no Journal of Systematic Paleontology.

Segundo o estudo, foram apontadas interrupções sazonais no crescimento dos dentes incisivos dos animais, o que sugere uma hibernação estabelecida como estratégia há 2,6 milhões de anos. A capacidade de hibernar surgiu em resposta às difíceis condições de sobrevivência da época, mas os cientistas que estão trabalhando no projeto, no entanto, acreditam que a hibernação entre a espécie tenha começado numa era mais arcaica à grande diversificação da espécie. 

“Pode até ser um traço arcaico preservado em algumas espécies até o presente e perdido em outras que desenvolveram diferentes estratégias de sobrevivência”, explicou Olivier Maridet, curador do Museu Jurassica, em Porrentruy, e paleontólogo da Universidade de Friburgo.

O estudo se baseou na análise dos fósseis dentários dos roedores que foram encontrados. A equipe observou o tamanho e a forma dos dentes de acordo com 124 critérios diferentes para determinar o grau de parentesco entre as espécies. Assim, foi possível desenhar um tipo de árvore evolutiva da família Gliridae, definidos como pequenos roedores com caudas espessas. A árvore levou em consideração as espécies fósseis antigas e também as atuais, confirmando, inclusive, afinidades entre os grupos.  

Objetivo da pesquisa

A pesquisa tinha o objetivo de estudar a transição do Eoceno para o Oligoceno, um período de grande reviravolta da fauna terrestre conhecida como “Grande Coupure”, na Europa, e acabou se interessando pela história evolutiva da família Gliridae. Segundo Maridet, foi observado um grande número de espécies dessa família ao longo do tempo com relação às mudanças climáticas. A diversificação entre eles chegou a três vezes e, ao que tudo indica, a cada mudança o episódio coincidia com uma era glacial diferente. 

“Esses roedores claramente tinham alguma vantagem que os permitiu prosperar durante esses tempos”, explica o cientista. “Nossa hipótese é que foi hibernação”, completou.

No período da “Grande Coupure”, muitos mamíferos como os primatas Adapidae, paleotheres (primos distantes dos cavalos de hoje) e certos grupos de roedores indígenas da Europa, desapareceram. Outros, mais modernos, conseguiram se estabelecer. No caso dos Gliridaes, eles se estabeleceram, sobreviveram à crise e ainda se diversificaram. 

Fonte: PHYS.ORG   

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