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Inovações menos invasivas revolucionam o monitoramento contínuo de glicose, mas os pacientes devem ficar atentos aos riscos de golpe.
Medir a glicemia é essencial para o monitoramento da diabetes, doença que atinge mais de 530 milhões de pessoas no mundo, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a estimativa do Ministério da Saúde é que 10,2% da população conviva com a condição. A forma mais comum de realizar o controle é por meio de várias coletas de sangue na ponta do dedo, ao longo do dia. No entanto, o avanço da tecnologia tem oferecido métodos mais confortáveis.
O teste da saliva tem se mostrado uma alternativa eficaz e menos invasiva. Com apenas uma pequena amostra, é possível obter a leitura precisa da glicemia. Para isso, pesquisadores da Université de Sherbrooke, no Quebec, e da empresa Colgate-Palmolive, em Nova Jersey, desenvolveram um dispositivo que utiliza um biossensor baseado em aptâmero eletroquímico, uma tecnologia já utilizada na medicina.
O desafio de detectar a glicose na saliva de forma confiável foi superado pelo professor assistente Philippe Dauphin-Ducharme e sua equipe, que aprimoraram a sensibilidade do dispositivo, fornecendo leituras precisas em apenas 30 segundos.
Outra inovação vem do setor de suplementação: o Suplemento Nutricional Glucerna, que teve fórmula desenvolvida com o objetivo de ajudar a controlar a glicemia e fornecer os nutrientes necessários para uma dieta equilibrada.
Em desenvolvimento
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveram um sensor capaz de detectar níveis de glicose na urina. A partir dele, será possível monitorar a diabetes com base em outros fluidos corporais, como suor, saliva e lágrimas, reduzindo a necessidade de perfurações na ponta dos dedos e visitas frequentes aos centros de saúde.
Embora a pesquisa esteja ainda em fase inicial, o sensor poderia ser facilmente integrado num dispositivo pequeno e de baixo custo, segundo os pesquisadores. O estudo completo foi publicado na edição de fevereiro de 2023 da revista ACS Sustainable Chemistry & Engineering, sob o título “Flexible, Bifunctional Sensing Platform Made with Biodegradable Mats for Detecting Glucose in Urine”.
Novas marcas ingressam no mercado
O mercado de dispositivos para o monitoramento contínuo de glicose (CGM) está passando por uma revolução com a entrada de novas marcas. A Apple e a DexCom desafiam o monopólio do Freestyle Libre da Abbott.
Conhecida por suas inovações, a Apple está desenvolvendo uma tecnologia conhecida internamente como Projeto E5, que promete medir a glicose diretamente no Apple Watch, sem a necessidade de picadas no dedo. A tecnologia, baseada na fotônica de silício, envia luz através da pele para medir os níveis de glicose de forma discreta e sem agulhas.
Em paralelo, a DexCom, com seu modelo G6, está trazendo ao mercado um sistema de CGM completo e independente. Ele se destaca pela precisão e a capacidade de enviar leituras de glicose diretamente para um dispositivo móvel sem a necessidade de um sensor intermediário.
A entrada desses novos dispositivos no mercado promete um impacto significativo. Eles estarão aumentando as opções disponíveis para os pacientes e criando uma competição que pode levar a inovações contínuas e preços mais acessíveis.
Alerta sobre golpes
No entanto, nem tudo é inovação. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) emitiu um alerta sobre falsos “relógios medidores de glicose” que circulam nas redes sociais. Os dispositivos atraem pacientes com a promessa de monitoramento contínuo e não invasivo.
A nota da SBD adverte que a tecnologia desses dispositivos ainda não é confiável e que as propagandas enganosas estão proliferando no ambiente on-line, criando expectativas irreais e colocando a saúde das pessoas em risco. Por causa desses golpes, órgãos de defesa do consumidor e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) intensificaram a fiscalização.
O conselho da SBD é de que as pessoas desconfiem de promessas mirabolantes. É importante pesquisar em fontes confiáveis, como sociedades médicas, órgãos regulatórios e estudos científicos. Além disso, é preciso consultar o médico para que ele indique o método ideal para monitorar a glicose.
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