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Por: Redação
Sou muito grata por tudo que ela me ensinou, pela maneira peculiar de transmitir conhecimento sem discursos, como um convite para reflexões
Você conhece alguma mulher que ao conquistar um lugar de liderança achou que tinha que mudar? Passou a usar ternos de alfaiataria, scarpins, cortou o cabelo…até o tom de voz mudou, ficou mais firme e autoritário. Abandonou as roupas cor de rosa, as rendas e laços, passou a fingir que era durona e se trancava no banheiro para chorar?
Mas de onde vem essa ideia que mulheres líderes devem seguir um padrão, ser um estereótipo?
Garantir um lugar ao sol não é fácil, lutamos para ter as mesmas oportunidades, para sermos ouvidas mas ainda nos deparamos com congressos e fóruns de debates onde todos os palestrantes são homens.
Quantas de nós frequentou reuniões onde éramos a única mulher?
Quantas de nós já foi interrompida numa fala?
Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas é o quinto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU mas segundo o Fórum Econômico Mundial o tempo estimado para alcançar a paridade é de 135,6 anos.
Num congresso sobre visões e ações positivas para o avanço na equidade da mulher me perguntaram como as mulheres podem alçar postos de comando sem precisar mudar sua essência e qual seria a chave mental para manter hábitos saudáveis.
Quer saber a minha resposta?
Sou um exemplo de mulher que não perdeu a essência, tenho a exata noção de que sou uma senhora asiática, idosa e sorridente, do tipo que tem agressividade zero, sou aquela pessoa que assopra formiguinhas para saírem do meu caminho. Mas quando começo a falar, conto histórias de superação e resiliência, de força e poder…imagino que deva ser até engraçado me ouvir.
Minha aparência é completamente pacífica, simples e humilde.
O segredo está na verdade que existe dentro de cada uma de nós, é preciso conservar a sua alma, é necessário ter valores inegociáveis na vida, é preciso acreditar e ter uma fé inabalável.
A vida nos impõe duras batalhas e nem sempre conseguimos ser vencedoras, aliás, é mais fácil cair, despencar e se machucar inúmeras vezes, é fácil afundar e não ter para onde ir.
Como girar essa chave? Olhando no espelho e enxergando quem você é de verdade, sem culpas ou julgamentos, mas também sem desculpas ou lamentações, é preciso se autoconhecer e aprender a se amar, a cuidar de você como você cuida de quem você ama. Pense um pouco, você tem dedicado tempo para realizar seus sonhos ou enterrou tudo para quem sabe um dia olhar para trás e se arrepender do que não fez?
Acorde para a vida, ainda dá tempo de mudar!
Para vencer você não deve pegar armaduras emprestadas, nem imitar poses ou gestos. Vista-se com sua própria pele, com suas cores preferidas, do seu jeito, tímida ou extrovertida, transforme sua fraqueza em força, seja você mesma.
É preciso entender que as mulheres tem habilidades e dons próprios, que somos diferentes dos homens e por isso devemos unir esforços para crescer mais rápido, como seres humanos, cada um do seu jeito, com suas qualidades e defeitos. Aprendendo um com outro, somando para multiplicar conhecimento, experiência e sucesso.
Só não vale perder a sua identidade.
“Minha essência é inconsciente de si própria e é por isso que cegamente me obedeço.” Clarice Lispector
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