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Por: Redação
A consultora e especialista em influência e posicionamento digital Aline Bak explica porque alguns esportistas saíram mais fortalecidos de Tóquio2020
Na era dos influenciadores digitais, não é de se espantar um grupo de atletas se tornou o assunto do momento e isso não ocorre apenas pelas medalhas ganhas. É que eles estão conquistando milhares de seguidores e audiências para além das quadras e ginásios de competições. A especialista em influência digital e consultora de negócios digitais Aline Bak analisa os perfis dos atletas que viraram grandes influenciadores digitais e o impacto que isso causa. “Tóquio 2020 já é a Olímpiada mais digitalizada da história”, conta Aline. “A pandemia e a ausência de público nos locais das competições ajudou muito para esse fenômeno acontecer”.
Para a especialista e consultora de negócios digitais, no ano de 2021 vimos atletas virarem grandes fenômenos na internet. “Eles viraram grandes influenciadores com capacidade de monetizar essa relevância digital, impactando nos negócios mundo afora”, explica ela.
A consultora Aline Bak faz uma análise detalhada sobre o desempenho dos atletas, após as Olimpíadas e quem sai fortalecido da Tóquio 2020.
Douglas Souza: O ponteiro carismático da seleção brasileira de vôlei teve um sucesso repentino e virou um fenômeno do Instagram. Seu perfil subiu rapidamente em número de seguidores, pouco antes, e durante os jogos. Hoje conta atualmente com 3.2 milhões. “Os stories e os posts do Douglas, mostrando o dia a dia da seleção viralizaram rapidamente”, diz Aline. “A personalidade espontânea do atleta, que é muito engraçado, conquistou o público”, completa a especialista. “O Douglas é também o primeiro da seleção de vôlei do Brasil a se declarar gay, levantando a bandeira LGBT, e isso está sendo muito importante nessa Olímpiada, que já é conhecida como a da diversidade e da tolerância”, destaca Aline. “O sucesso do atleta foi tanto que chamou a atenção do Boninho, que o convidou para participar do próximo BBB”, conta Aline. “Veremos ainda muito o Douglas”, diz ela.
Rayssa Leal: Outro fenômeno das redes sociais é a skatista maranhense conhecida como Fadinha do Skate, que foi a mais jovem brasileira a participar de Jogos Olímpicos, com apenas 13 anos, e a primeira medalhista brasileira da modalidade, que, até essa edição, não fazia parte das Olimpíadas. “A Rayssa já tinha uma história na internet, que começou com a postagem de um vídeo seu andando de skate fantasiada de fadinha, em 2015, quando ela tinha apenas 7 anos”, conta Aline. “Esse vídeo acabou sendo visto 40 milhões de vezes e compartilhado por mais de 60 mil usuários”, conta Aline. “Durante as Olímpiadas de Tóquio, o perfil de Rayssa no Instagram pulou de 646 mil para 6.3 milhões de pessoas. “O carisma e a inocência de Rayssa cativaram o grande público e, com isso, as grandes marcas se beneficiam também dessa ótima imagem da Fadinha”, explica Aline. “A Nike, sua patrocinadora, contabilizou 1 milhão de visualizações em um vídeo com a Fadinha, logo após a conquista da prata”, conta ela. “O tênis usado pela Fadinha na competição, o Nike SB Shane T, ainda não está à venda no país, mas a marca esportiva aproveitou o momento para lançar um modelo semelhante, o SB Bruin React Unissex, ideal para o skate”, afirma. E a especialista em influência digital também conta que outra empresa que também surfou no sucesso de Rayssa foi a Netshoes, divulgando recentemente que a busca por skates em sua plataforma subiu consideravelmente após a vitória da jovem”.
Rebeca Andrade: A visibilidade proporcionada pela Olimpíada também chegou para a ginasta medalhista de ouro e prata, de apenas 22 anos. A atleta conta com uma história pessoal que evidencia valores como determinação e força de vontade, devido à sua origem humilde. Ela é natural de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. Rebeca também foi muito feliz na trilha escolhida para a sua apresentação de solo, que traz Baile de Favela, funk de MC João, outro jovem nascido e criado nas periferias de São Paulo. “Ela mostrou a cultura das periferias das grandes cidades do Brasil para o mundo, com ritmo e coreografia contagiantes”, conta Aline. Antes das Olímpiadas de Tóquio, a ginasta contava com 500 mil seguidores em seu perfil no Instagram. “Após sua grandiosa participação, esse número saltou para 2,3 milhões”, conta Aline. “Rebeca nos inspira pela sua jornada pessoal e é um exemplo de representatividade da mulher negra”, diz Aline. “Ela mostra como o esforço, a garra e a dedicação, mesmo diante das dificuldades da vida, como as lesões que sofreu, conseguem quebrar barreiras”, explica Aline.
Simone Biles: A ginasta norte-americana de 24 anos já era conhecida pelo grande público por ser detentora de vinte e cinco medalhas em campeonatos mundiais e ter subido no pódio cinco vezes da Rio 2016. O perfil da atleta no Instagram tem 6,8 milhões de seguidores. Contudo, nessas Olimpíadas, a atleta chamou atenção do público, não pelas suas medalhas, apesar de ter ganho a medalha de prata por equipe e o bronze na trave de equilíbrio. “Ela capturou as atenções por levantar a questão da saúde mental dos competidores, após desistir da maior parte das provas em que se classificou por alegar que precisava preservar sua saúde mental”, explica Aline. “Os posts de Biles repercutiram no mundo todo, gerando muitos comentários e engajamento, ao expor uma questão que ainda era pouco discutida, que é o emocional de um atleta de alta performance”, diz a especialista. “Para uma ginasta tão forte, considerada perfeita, assumir falhas e dificuldades, revelando um problema que era, até então, tabu entre os atletas, fez com que ela saísse vitoriosa das Olimpíadas de Tóquio. “Simone é hoje uma influenciadora poderosa, mesmo com a sua menor participação nas provas de ginástica artística”, explica Aline. “A lição que fica é que desistir não é sinônimo de derrota”, diz a especialista. “Para as marcas, a atleta se consolida como uma das principais apostas para ações de marketing digital”, avalia Aline.
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